O mercado financeiro mundial, em especial o europeu, reage bem à oferta de empréstimo feita pela União Europeia à Grécia. A cotação do euro subiu 1,5% em relação ao dólar, chegando a 1,3672 dólares, movimento possível depois que ministros das Finanças de 16 países da UE aprovaram, no domingo (11/4), um empréstimo de emergência de 30 bilhões de euros.
Em Atenas, o ASE General Index subiu 4,7%. O índice FTSE 100, da Bolsa de Valores de Londres, subiu 0,2%, O DAX, de Frankfurt, 0,3% e o CAC 40 da bolsa de Paris, 0,4%.
O preço dos empréstimos bilaterais europeus será fixado conforme as regras usadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e deverá girar em torno de 5% de juros no primeiro ano, afirmou o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, ontem. O empréstimo será diluído ao longo de três anos.
Leia também:
Custo da dívida grega atinge novo recorde
Alemanha e França definem acordo sobre plano de ajuda à Grécia
Greve geral contra plano de austeridade do governo paralisa a Grécia
Rehn acrescentou que funcionários da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI vão se encontrar em Bruxelas hoje (12/4) para discutir o papel do FMI em pacotes para a Grécia. O comissário explicou que a ideia é que a zona do euro forneça dois terços do dinheiro, e o FMI o resto, ou seja, 10 bilhões de euros.
“Este é o esclarecimento que os mercados estavam esperando, pois mostra que existe dinheiro atrás da proposta,” disse o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
Temores sobre a dívida grega cresceram na semana passada, quando o spread das obrigações gregas – prêmio que os investidores exigem para comprarem dívida grega em vez da alemã, que é referência do mercado – atingiu máxima histórica: 7,49%. Já o preço dos 'credit default swaps' (CDS) sobre dívida da Grécia atingiram os 470 pontos base, superando os da Islândia, segundo dados da CMA News.
Reação
A notícia foi bem recebida por Atenas. O ministro grego das Finanças saudou o “acordo” e afirmou que “foi tomada uma decisão importante”. Mas não deixou de afirmar que o governo grego não pediu a ativação do mecanismo, apesar de ele ficar imediatamente disponível. “Acreditamos que podemos continuar a pedir dinheiro emprestado sem entraves para os mercados”, afirmou.
A Grécia precisa de cerca de 11,5 bilhões de euros até o próximo mês para conseguir cumprir com suas obrigações financeiras. Sua dívida total gira em torno de 300 bilhões de euros.
O déficit público da Grécia, de 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto), é mais de quatro vezes maior do que o permitido pelas regras impostas aos 16 países da União Europeia que adotam o euro.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL