O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad propôs neste sábado (17/4) a criação de um “organismo internacional independente” para “supervisionar o desarmamento nuclear e impedir a proliferação”, ao inaugurar uma conferência em Teerã sobre este tema.
Ahmadinejad também propôs que “os Estados que possuem a arma nuclear, os que a tenham utilizado e os que ameaçam utilizá-la” sejam “suspensos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em particular os Estados Unidos”.
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Além disso, defendeu a reforma do “injusto” Conselho de Segurança da ONU e a revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
“Os EUA são o único país do mundo a utilizar armas nucleares e ameaça a voltar a fazer o mesmo”, afirmou Ahmadinejad, em alusão aos bombardeios estadunidenses sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial.
“O uso das armas nucleares é a principal razão da corrida nuclear. Os países que possuem armas nucleares são os mesmos que levam outros a proliferar”, acrescentou o líder, que acusou Washington de possuir “a metade das armas nucleares existentes no mundo” e de ter ajudado a Israel a obtê-las.
Aliados
Ahmadinejad também se dirigiu a outros países, como Brasil e Turquia, que expressaram tanto seu apoio ao desenvolvimento pacífico do programa nuclear iraniano quanto sua ambição de renovar o equilíbrio mundial que emergiu da Segunda Guerra Mundial.
Na busca de aliados sólidos, o líder iraniano criticou com dureza a ONU, a qual acusou de ter fracassado em sua missão de manter a paz no mundo, e pediu a reforma do “injusto e antidemocrático sistema de veto” do Conselho de Segurança, o que também é desejado por outros estados.
Ahmadinejad sugeriu que o mecanismo seja anulado ou que se estenda a países tanto da América Latina quanto da Ásia. “As guerras, as agressões, a ocupação, as ameaças, as armas nucleares, as armas de destruição em massa e as políticas expansionistas de certos países ameaçam a segurança internacional e regional”, ressaltou.
ONU
Ahmadinejad voltou hoje a acusar a AIEA de nunca ter redigido um relatório sobre o programa nuclear estadunidense e de “nem tem a intenção de fazê-lo”.
“Esperar que os países que tem direito de veto e são ao mesmo tempo os maiores vendedores de armas nucleares mantenham a segurança e desarmem outros não tem lógica”, disse o líder, em aparente resposta às conclusões da conferência de Washington.
Por isso, o presidente iraniano sugeriu a formação de “um grupo independente de países”, com plenos poderes outorgados pela Assembleia Geral da ONU, que dirija e supervisione a destruição do arsenal nuclear mundial.
“A grande mentira do Ocidente é ter equiparado a energia nuclear, limpa e barata, com as perigosas armas atômicas, e ter aproveitado desta falácia para pressionar outros países e monopolizar o uso da energia nuclear”, destacou. “A era da bomba nuclear passou”, concluiu.
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