O analista internacional iraniano Mohammad Marandi, da Universidade
de Teerã, afirmou hoje (17/5) que o acordo firmado pelo Irã com a Turquia
sobre o enriquecimento do urânio é resultado da vitória da diplomacia
brasileira e uma resposta aos Estados Unidos.
Segundo informações
da BBC Brasil, o analista considera que o Brasil responde às críticas
de outros países ocidentais, como os EUA e seus aliados, que não
acreditavam que Lula e seu corpo diplomático pudessem fazer algo
diferente do que já havia sido tentado.
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“Apesar das dificuldades
de conseguir o acordo, o presidente Lula arriscou sua fama
internacional para conseguir intermediar uma proposta que trouxesse o
governo iraniano de volta à mesa de negociações”, disse Marandi. “Lula
calou a boca dos EUA e da secretária de Estado norte-americana, Hillary
Clinton, que mais de uma vez menosprezou os esforços turcos e
brasileiros”.
Em seguida, Marandi afirmou que o mérito foi do
Brasil, “pois o país arriscou sua reputação e sofreu as maiores
críticas ao se aproximar do Irã e ainda conseguiu dar mais ânimo aos
turcos para acreditar na possibilidade de se chegar a um acordo”.
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O
porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Ramin Mehmanparast, disse
que o país vai enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento
(3,5%) para a Turquia em troca de urânio enriquecido a 20% a ser
utilizado em pesquisas médicas em Teerã.
Marandi afirmou ainda
que precisam ser conhecidos detalhes do acordo, como, por exemplo, como
se dará a supervisão do transporte do urânio à Turquia e o papel da
Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
Para Marandi, a
vitória turca e brasileira decveu-se ao fato de o Irã acreditar que os
dois países são mais confiáveis que os outros do Conselho de Segurança
das Nações Unidas. “O acordo assinado hoje aconteceu porque o governo
iraniano enxerga o Brasil e a Turquia como dois países amigos”.
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