A conferência de revisão do TNP (Tratado de Não-Proliferação) terminou nesta sexta-feira (28/5) sua oitava edição com um acordo que acelera o desarmamento das potências nucleares e abre o caminho para a criação de uma zona livre de armas atômicas no Oriente Médio.
O documento final adotado por consenso põe um ponto final a um mês de intensas negociações neste fórum de desarmamento das Nações Unidas e representa um passo adiante, depois do fracasso da conferência de revisão realizada em 2005.
No texto, as cinco potências nucleares oficiais (Estados Unidos, França, Rússia, China e Reino Unido) se comprometem a “acelerar” o progresso para o desarmamento, com o objetivo de eliminar totalmente os arsenais.
O texto também pede uma conferência para 2012 destinada a implementar a resolução adotada pelos signatários do TNP em 1995 para criar uma região livre de armas nucleares no Oriente Médio, tal como tinham pedido os países árabes, apoiados pelo Movimento dos Países Não-Alinhados.
Além disso, apesar da oposição dos EUA, que “lamentou profundamente”, no documento é mencionada a necessidade de Israel aderir ao TNP.
Israel, que nunca confirmou nem desmentiu ter um arsenal nuclear, não é um país signatário do TNP, como também não o são potências nucleares declaradas como Paquistão e Índia, enquanto que a Coreia do Norte abandonou o tratado em 2003.
“O documento final que acabamos de aprovar representa em nossa opinião a base para um acordo que buscaremos com determinação nos próximos anos com todos os países signatários, e em particular os não nucleares, para conseguir um mundo livre de armas atômicas”, disse após a adoção o embaixador do Egito, Maged Abdelaziz.
Pós-fracasso
O diplomata destacou que “todas suas instalações nucleares serão colocadas sob as inspeções” da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
A conclusão com relativo êxito desta edição da conferência, após o fracasso de cinco anos atrás, foi atribuída pelas delegações ao ambiente propício criado pelo compromisso do Governo do presidente americano, Barack Obama, com a eliminação das armas nucleares.
O TNP, que entrou em vigor em 1970, obriga os países signatários a usar só para fins pacíficos seu potencial nuclear, enquanto garante que as cinco potências atômicas oficiais reduzirão de forma gradual seus arsenais nucleares até eliminá-los.
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