Metade dos 52 presos políticos cubanos que tiveram sua libertação anunciada nesta semana já foi informada e interrogada sobre uma eventual viagem à Espanha, asseguraram fontes locais.
A líder da organização Damas de Branco – que reúne familiares de opositores políticos presos em Cuba desde 2003 – Laura Pollán declarou que 26 opositores já receberam a notícia, dos quais 20 aceitaram embarcar para o país europeu, mas outros seis “querem ficar”.
A ativista afirmou que soube dos fatos a partir de “familiares dos presos”, porque não há comunicados oficiais da parte da Igreja Católica local, que vem anunciando as libertações e é mediadora do diálogo com as autoridades da ilha caribenha.
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De acordo com Pollán, “é muito encorajador” que metade dos detidos em processo de soltura já tenha sido informada de sua iminente liberdade.
Os dissidentes citados são todos integrantes do “grupo dos 75”, que foram julgados e condenados a penas entre seis e 20 anos de prisão em 2003 por “crimes contra a segurança do Estado”.
Nos últimos dias, o arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, relatou a jornalistas que o governo de Cuba faria “a proposta” de embarcar a Madri a todos os 52 opositores.
Logo após a tradicional manifestação dominical das Damas de Branco, em frente a uma igreja da capital, Pollán ressaltou que os primeiros 17 dissidentes viajarão para a Espanha acompanhados de seus familiares amanhã.
De acordo com fontes da oposição, alguns dos integrantes deste primeiro grupo de presos já estariam em um centro do governo na periferia de Havana, prontos para deixarem Cuba.
Os ex-detidos políticos Marta Beatríz Roque Cabello e Oscar Espinosa Chepe, ambos soltos há alguns anos, concordaram que a saída dos dissidentes será feita possivelmente “de segunda-feira para terça-feira”. “Cada preso libertado pode levar consigo os familiares que quiser”, destacou Roque.
A iniciativa do governo cubano foi anunciada pela Igreja Católica a partir de um comunicado divulgado durante a visita oficial à ilha caribenha do chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que ofereceu seu país como destino para os opositores que quisessem sair de Cuba.
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