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Em Barcelona, a explosão de alegria após o apito final. Espanha campeã mundial
Os espanhóis, antes conhecidos por estrearem em Copas do Mundo como um dos favoritos ao título, mas sempre decepcionarem no decorrer da competição, ganharam de 1 a 0 da Holanda e garantiram o primeiro título da história do país. E de acordo com um estudo do banco holandês ABN Amro, a vitória pode ter um impacto positivo no PIB (Produto Interno Bruto) do país, uma das maiores vítimas da crise econômica.
Segundo as contas do ABN Amro, que analisou o impacto de vitórias no Mundial desde 1970, o PIB do país vencedor geralmente cresce, em média, 0,7% mais devido ao efeito da conquista. As exceções foram em 1974 e 1978 (vitória da Alemanha e Argentina, respectivamente) quando a economia até piorou.
O impacto também deverá ser positivo na bolsa de valores. Depois das vitórias de 1994, 1998 e 2002 os mercados dos países vencedores (Brasil e França) cresceram 10%. Nos mesmos anos, as bolsas dos países que perderam a final caíram 25%.
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O próprio ministro da Indústria espanhol, Miguel Sebastián, assegurou essa semana que em caso de vitória da seleção espanhola, seria “necessário rever para cima as previsões do PIB”, devido ao aumento do consumo. O governo ainda prevê que a Espanha termine este ano em recessão, com queda de 0,3% do PIB.
O jogo
A Espanha agora se junta aos campeões Brasil, Itália, Alemanha, França, Argentina, Inglaterra e Uruguai.
O gol da vitória foi marcado por Andrés Iniesta aos 11 minutos da segunda etapa da prorrogação. O meia recebeu passe de Fábregas após rebote da zaga holandesa e chutou cruzado, sem chance de defesa para o goleiro Stekelenburg. Esta foi também a primeira final disputada pela Espanha na história dos Mundiais. A melhor campanha da 'Fúria' até hoje havia sido um quarto lugar na edição de 1950, realizada no Brasil.
Já a Holanda, que participou também das decisões de 1974 e 1978, quando foi derrotada, respectivamente, por Alemanha Ocidental e Argentina, obteve seu terceiro vice-campeonato. A decepção nos rostos dos jogadores holandeses, que eliminaram o Brasil nas quartas de final, era evidente.
Principais lances da partida entre Espanha e Holanda
Os holandeses ficaram marcados por apresentarem um jogo violento. No total, foram 20 faltas em 45 minutos, cinco cartões amarelos. A Holanda bateu mais e ficou com três dos cartões. Foi de Nigel De Jong a jogada mais violenta, digna de expulsão. Com a bola no alto, o volante da Holanda ergueu o pé e acertou o peito de Xabi Alonso, em lance de dar inveja a qualquer lutador de karatê.
Festa nas ruas
Logo após o apito final, Madri explodiu inteira de alegria. A região junto à Deusa Cibeles, em pleno centro da capital espanhola, atraiu mais de 250 mil torcedores espanhóis. “Não podia nos escapar, fomos a melhor equipe e hoje vamos demonstrar” comentou à Agência Efe Rodrigo Torres pouco antes do início do jogo junto aos amigos.
Durante os seis jogos anteriores à final, a torcida espanhola não só resistiu tempestades ou temperaturas superiores a 35 graus, como também sofreu com a derrota para a Suíça. Mas após o gol de Iniesta, toda a torcida comemorou em uníssono. Bandeiras foram agitadas, gritos e abraços foram dados para festejar a façanha de conseguir um Mundial.
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Em Madri a festa se estendeu por toda a noite e tomou o centro da capital espanhola
A cena se repetiu em diversas outras cidades espanholas, como também em outros países. Buenos Aires, Santiago e Quito se tornaram palco de uma grande festa vermelha.
Repercussão
A imprensa espanhola deu grande destaque à conquista do título mundial. Logo após a partida, o El Mundo já destacava em sua página na internet: “Espanha, Espanha, Espanha” e acrescentava “Como é grande a Espanha”. O jornal também antecipou a festa que deverá acontecer nas ruas de Madri quando os jogadores desembarcarem.
“Espanha, campeã do Mundo” publicou em seu site o El País, comentando que “11 de julho já é um dia histórico no esporte nacional”. O site do jornal lembrou ainda que um “golaço de Iniesta a quatro minutos do final da prorrogação acabou com uma partida cheia de agonia”.
O Marca utilizou grandes caracteres para ressaltar a condição de “Campeões, Campeões” da Espanha. “E o sonho fez-se realidade: Somos campeões do Mundo!”, exclamou a publicação, que também destacou o papel do técnico Vicente Del Bosque na conquista.
De forma mais curta, porém em letras não menos discretas, o As estampou em sua página principal: “Campeões”. “A seleção mereceu sempre a vitória sobre uma Holanda que não deixou de bater em todo o confronto”, destacou o diário, que se queixou da atuação do árbitro, o inglês Howard Webb.
“A Espanha mecânica conquista o mundo”, publicou, por sua vez, o La Vanguardia. Os jornais catalães El Mundo Deportivo e Sport deram grande ênfase ao fato de o autor do gol do título ser um jogador do Barcelona.
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