A Batalha de Kursk, envolvendo cerca de seis mil tanques de guerra, dois milhões de homens e cinco mil aviões, termina em 13 de julho de 1943 com a ofensiva germânica sendo contida pelo Exército Vermelho a um custo muito pesado.
No começo de julho, a Alemanha e a União Soviética concentraram suas forças perto da cidade de Kursk, na parte ocidental da Rússia, lugar de um bolsão soviético de 250 quilômetros de amplitude que se infiltrara 160 quilômetros dentro das linhas germânicas.
O ataque alemão começou em 5 de julho e 38 divisões, cerca de metade das quais estava montada em blindados, começaram a mover de sul a norte. Contudo, os soviéticos tinham melhores tanques, os famosos T-34 e suporte aéreo do que nas batalhas anteriores. A vigorosa artilharia antitanque destruiu cerda de 40% dos blindados germânicos, inclusive os novos modelos Mark VI Tiger.
Após seis dias de intensos combates que se concentraram perto de Prokhorovka, ao sul de Kursk, o marechal-de-campo alemão Gunther von Kluge suspendeu a ofensiva. Em 23 de julho, o Exército Vermelho obrigava os alemães a recuarem para as suas posições originais antes da investida.
No começo de agosto, os soviéticos deram início a uma gigantesca ofensiva em torno da saliência de Kursk e dentro de poucas semanas a Wehrmacht batia em retirada ao longo de todo o front oriental.
Adolf Hitler acreditava que com a “Operação Cidadela” não só encurralaria as melhores forças dos exércitos russos – formadas por um milhão de homens, as próprias forças que haviam desalojado os alemães de Stalingrado e do Don no inverno anterior – como o habilitaria a avançar novamente para o Don e talvez até para o Volga, e atacar do sudoeste para capturar Moscou.
A operação redundou numa derrota decisiva. O Exército Vermelho achava-se preparado para ela. Em 23 de julho, tendo as divisões panzer perdido a metade de seus tanques, viram-se os alemães completamente detidos em seu avanço e começaram a recuar. Os russos confiavam tanto em seu poderio que, sem esperar pelo resultado da ofensiva, lançaram a deles contra a saliência alemã em Orel, ao norte de Kursk, em meados de julho, penetrando rapidamente no front. Foi a primeira ofensiva de verão dos russos e, daquele momento em diante, seus exércitos não mais perderiam a iniciativa. Em 4 de agosto arrancaram os alemães de Orel, o pivô sul do ataque alemão para a captura de Moscou em dezembro de 1941.
A ofensiva soviética estendeu-se ao longo de toda a frente. Kharkov caiu em 23 de agosto. Um mês depois, em 25 de setembro, 500 quilômetros a noroeste, eram os alemães repelidos de Smolensk, cidade da qual eles, à semelhança da Grande Armée de Napoleão em 1812, haviam partido cheios de confiança rumo à capital da União Soviética, nos primeiros meses da campanha russa.
Em fins de setembro, os exércitos de Hitler, sob forte pressão do Exército Vermelho, sob o comando dos generais Konstantin Rokossovsky e Ivan Koniev, recuaram para a linha do Dnieper e para uma linha defensiva que haviam estabelecido desde Zaporoshe na curva dói rio, ao sul, até o mar de Azov. Haviam perdido a bacia do Donets insdustrial e o 17º Exército alemão na Criméia corria o perigo de ficar isolado.
Hitler esperava que seus exércitos, sob o comando dos generais Erich Von Manstein e Kurt Zaitzler, pudessem resistir no Dnieper e nas posições fortificadas de Zaporoshe, que, juntos, formavam a chamada “linha de inverno”. Mas os soviéticos não fizeram sequer uma para reagruparem-se. Na primeira semana de outubro atravessaram o Dnieper ao norte a sudeste de Kiev, cidade que caiu em 6 de novembro. No fim daquele fatídico ano de 1943, o Exército Vermelho aproximavam-se, no sul, das fronteiras polonesas e romenas, passando pelos campos de batalha onde os soldados de Hitler haviam obtido sua primeira vitória no verão de 1941 quando a “Operação Barbarossa” avançava pelo interior das terras soviéticas.
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