Dois voluntários espanhóis apresentaram hoje (23/7) uma ação por crimes de guerra e contra a humanidade contra as autoridades israelenses pelo ataque armado que soldados lançaram em maio contra a flotilha da liberdade, que terminou com a morte de nove pessoas.
Os ativistas Manuel Tapial e Laura Arau, também integrantes da frota que pretendia levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e romper o bloqueio israelense ao território palestino, formalizaram sua ação perante a Audiência Nacional da Espanha, em Madri. Eles acusam o chefe do executivo israelense, Benjamin Netanyahu, outros seis ministros de seu governo e um alto cargo militar de crimes de guerra e contra a humanidade.
Um dos advogados que participou da redação da ação, Enrique Santiago, disse hoje que há possibilidade de ampliar o processo à medida que a investigação contra os funcionários israelenses “que tenham tido responsabilidade neste plano criminoso e em sua execução” avance.
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O governo israelense já se pronunciou sobre a ação e afirmou que ela é uma “provocação”. “O Estado de Israel atuou e segue atuando conforme o direito internacional. Esta ação não é mais que a continuação da provocação da frota”, declarou o porta-voz oficial do Ministério israelense de Relações Exteriores, Yigal Palmor.
O porta-voz diplomático assegurou que os acionistas “são indiferentes à lei e ao direito, que só utilizam para prosseguir sua campanha de propaganda contra Israel”.
Nova campanha
O ataque à frota de ajuda humanitária a Gaza ocorreu no dia 31 de maio e nove ativistas turcos morreram devido a disparos dos comandos israelenses que abordaram o comboio em águas internacionais.
Este fato e os protestos internacionais gerados levaram posteriormente Israel a levantar parte do bloqueio à faixa. Várias organizações anunciam desde então que voltarão a tentar romper o bloqueio israelense.
O próprio Tapial anunciou nesta sexta-feira, após apresentar a ação, que a ONG Associação Cultura, Paz e Solidariedade à qual pertence enviará dois navios com bandeira espanhola a Gaza para tratar de romper o bloqueio de Israel.
A iniciativa faz parte da nova campanha de sua associação: “Rumo a Gaza”, destinada a mostrar sua solidariedade com o povo palestino, explicou, embora não tenha precisado a data desta nova expedição humanitária.
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