O IV Fórum Social das Américas encerra neste domingo (15/8) a leitura da declaração final dos 500 movimentos e redes sociais da América Latina e Europa que participaram do evento.
Mais de 10 mil pessoas, entre membros de governos e repreesentantes de movimentos sociais, étnicos e religiosos, participaram de mesas redondas, debates e eventos culturais envolvendo temas políticos mundiais.
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Neste domingo, participaram também os presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, Evo Morales, da Bolívia, e José Mujica, do Uruguai. Também neste dia a cidade de Assunção comemora seu 473º aniversário, que coincide com os dois anos de governo Lugo.
Pela manhã, os presidente foram à sede do IV Fórum Social para uma cerimônia oficial. Depois, fizeram uma reunião para definir projetos de integração entre os três países.
Os governantes participaram também na reunião ampliada dos integrantes das comitivas de ambos os países e ministros do Poder Executivo do Paraguai.
Temas
Uma das decisões mais importantes dos três presidentes foi a de reativar com projetos de “integração física” o bloco Urupabol, criado em 1963 e do qual fazem parte os três países.
O anúncio foi feito pelo chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, ao final da reunião.
Durante o encontro, foi decidido começar iniciativas que integrarão as nações no plano energético e fluvial, segundo indicou o ministro de Relações Exteriores.
Em relação à energia, os presidentes avançaram em conversações para a instalação e funcionamento de um gasoduto que começará em Tarija, na Bolívia, passará pelo Paraguai e terminará no Uruguai, explicou Lacognata.
Já sobre os rios, o chanceler informou a ratificação do oferecimento de José Mujica para a abertura e funcionamento de “portos de águas profundas” que possam favorecer Paraguai e Bolívia — os únicos dois países da América do Sul que não possuem saída para o mar.
Os presidentes também conversaram sobre a venda de energia paraguaia ao Uruguai, acrescentou o ministro, indicando que no final deste mês será realizada em Montevidéu uma reunião para coordenar as próximas atividades do Urupabol.
Ao discursar, Lugo falou sobre a importância da integração no continente e disse estar feliz com o reestabelecimento das relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá. Segundo ele, o “aperto de mãos” entre os presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Hugo Chávez, da Venezuela, demonstra que a América Latina “anda pelo caminho do diálogo para a construção”.
“E, apesar da crise entre seus governos, há um só povo que vive e é feliz em uma só terra”, acrescentou Lugo.
O presidente paraguaio afirmou também que seu governo foi um dos primeiros da região a condenar o conflito em Honduras, que se originou no dia 28 de junho de 2009, quando o então presidente, Manuel Zelaya, foi derrubado.
“Vamos continuar reivindicando Justiça para que os companheiros hondurenhos possam ter a reparação real daquele tremendo dano à democracia”, afirmou.
“O fórum social é o refúgio da dignidade latino-americana (…), na busca incansável da terra sem mal, que já pressagiaram nossos ancestrais guaranis”, disse Lugo.
Morales volta para a Bolívia ainda no domingo, enquanto Mujica ficará no Paraguai segunda-feira para cumprir sua agenda de trabalho com uma visita ao Palácio de Governo.
Mujica visitará também a Corte Suprema de Justiça e a sede do Congresso.
*Com agências
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