O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deverá comparecer em outubro a uma sessão do Parlasul (Parlamento do Mercosul), em Montevidéu, para expor as prioridades da presidência brasileira do bloco, que se estende até dezembro. Durante a sessão, prevista para ocorrer duas semanas depois da realização do primeiro turno das eleições, um dos principais temas poderá ser a consolidação do órgão legislativo regional.
A última reunião de cúpula do Mercosul, realizada na cidade argentina de San Juán, no início de agosto, foi marcada pela aprovação do Código Aduaneiro Comum e pelo fim da dupla cobrança da TEC (Tarifa Externa Comum), que até então tornava muito remotas as possibilidades de acordos comerciais com parceiros econômicos importantes, como a União Europeia. As duas conquistas levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a afirmar que a cúpula havia sido a mais produtiva dos últimos oito anos.
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Em dezembro, será a vez de Lula – em final de mandato – promover a reunião de cúpula, que marcará o fim da presidência rotativa do bloco pelo Brasil. A agenda desse encontro já começou a ser elaborada. E poderá incluir a questão da consolidação do Parlasul, que foi tema de conversa de Amorim com parlamentares brasileiros nos últimos dias.
Até o momento, o parlamento é composto por representantes indiretos de três países do bloco – Argentina, Brasil e Uruguai. Apenas o Paraguai já promoveu eleições diretas para a escolha de seus representantes em Montevidéu. A Argentina deverá ter eleições diretas para a escolha de seus parlamentares em 2011. E o Brasil poderá escolher os seus juntamente com as eleições municipais de 2012 ou com as eleições nacionais de 2014.
A realização das eleições diretas, a construção de uma sede própria e a promoção de um concurso público para a escolha dos futuros funcionários são considerados passos importantes para a consolidação do órgão legislativo regional. Para que as eleições ocorram, porém, terá de ser encontrada uma solução para a mais longa pendência política do Parlasul: a determinação do número de vagas a que cada país terá direito, de acordo com o tamanho de sua população.
Essa negociação, que já dura quase dois anos, deverá ser uma das prioridades do governo brasileiro durante a presidência do bloco, como observaram os integrantes da Representação Brasileira durante a última sessão do parlamento.
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