O presidente do Quênia, Mwai Kibaki, disse nesta sexta-feira (27/8) que a nova Constituição adotada pelo país vai criar novas oportunidades econômicas para a juventude queniana. A promulgação de uma nova Constituição tornou-se numa prioridade absoluta do país africano após a violência pós-eleitoral de 2008.
“Haverá mais oportunidades e uma economia mais forte, um Quênia novo onde todos os cidadãos terão uma vida digna. É a promessa que veicula a nova Constituição”, disse o presidente após ter promulgado a nova Constituição numa cerimônia organizada na capital do país, Nairóbi, na presença de governantes da região.
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De acordo com Kibaki, o novo texto representa também a esperança de que cada queniano poderá exprimir o seu potencial e aceitar que “somos um povo com culturas e línguas diversas”.
Ele disse esperar que a nova Constituição vai levar o Quênia a uma era de crescimento social, político e econômico mais rápido, e dar aos quenianos a oportunidade de escolher dirigentes melhores.
“Hoje é um grande dia para o Quênia. Saúdo todos os quenianos. Tenho orgulho de ser o vosso presidente pois nesta sexta-feira (27/8) é o dia mais importante da história do Quênia”, disse Kibaki a uma multidão entusiasta.
“Votamos para mudar a nossa nação e entrar na segunda república. Sou hoje o presidente desta nova República. Pus a minha assinatura para confirmar esta lei fundamental”, prosseguiu o presidente queniano.
Para ele, apesar da aplicação desta nova lei fundamental ser difícil, existem disposições claras para guiar a sua implementação.
“Substituímos a nossa Constituição em paz. Esta Constituição deverá transformar o nosso país do ponto de vista político, económico e social. As mudanças encaradas serão desafios no futuro, mas isto nos dá uma melhor oportunidade de enfrentar estes desafios”, sustentou.
Cerimonial
A cerimônia de promulgação da Constituição ocorreu na presença de líderes da região como os presidentes dos Comores, Abdalla Sambi; do Sudão, Omar El Bashir; de Uganda, Yoweri Museveni; da Tanzânia, Jakaya Kikwete; e de Zanzibar (parte da Tanzânia), Abedi Karume. O presidente de Ruanda, Paul Kagamé, e o presidente da União Africana, Jean Ping, também assistiram à cerimónia à semelhança dos ministros do Exterior da Etiópia, do Burundi, da Arábia Saudita, da Líbia e do Egito.
O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, que ajudou na formação do governo de Coligação na sequência da violência pós-eleitoral de 2008; e os ex-presidentes nigeriano, Olusegun Obasanjo, e do Gana, John Kufuo, honraram também a cerimónia com as suas presenças. Na ocasião, o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, considerou, por seu turno, que esta oportunidade marca o fim de vários anos de “opressão política”.
“Enfrentamos gases lacrimogêneos para chegar onde estamos nesta sexta-feira (27/8). Nunca mais teremos regime opressor na história do nosso país”, comemorou Odinga, antes de acrescentar que “os quenianos despediram-se da ditadura ao adotar a nova Constituição”. Odinga homenageou o antigo secretário-geral da ONU, considerando-o “verdadeiro amigo do Quênia”.
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