A greve dos funcionários públicos da África do Sul entra hoje (30/8) na sua terceira semana. Governo e sindicatos voltaram a negociar, mas ainda não há sinal claro de que um acordo esteja próximo.
Até a semana passada, a oferta de 7% de reajuste e auxílio-moradia de R700 (rand, a moeda nacional, cerca de 168 reais) foi apresentada como final. Os sindicatos querem 8,6% e benefício de R1000 (240 reais).
A pressão política aumentou nos últimos dias, quando líderes sindicais ameaçaram retirar o apoio ao CNA (Congresso Nacional Africano), partido do presidente Jacob Zuma. Outras categorias privadas, como a dos trabalhadores do setor de borracha e pneus, anunciaram que entram na greve a partir de hoje.
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O presidente reuniu-se com ministros no fim de semana e determinou a volta à mesa de negociação. Segundo a porta-voz Zizi Kodwa, Zuma está preocupado com o futuro da greve porque “quem mais sofre é o cidadão comum”, disse.
Algumas manifestações de grevistas foram dispersadas pela polícia com bombas de gás e jatos de água, deixando feridos. O trânsito também foi muito afetado em Joanesburgo nos dias de passeatas. A morte de seis pessoas foi atribuída pelas autoridades à falta de atendimento adequado nos hospitais, e várias escolas adiaram a realização dos exames semestrais.
Alcance da greve
A paralisação atinge cerca de um milhão de servidores públicos, incluindo professores, enfermeiros e funcionários das alfândegas. A maior central sindical do país, a Cosatu, já anunciou que se não houver acordo nesta semana, vai paralisar outras áreas. O foco será o setor produtivo, incluindo o minerador e a área financeira, como operadores da bolsas de valores, o que traria grande impacto na economia.
Caso seja necessário, a Cosatu diz que consegue parar dois milhões de pessoas na próxima quinta-feira (2/9). Sindicatos das forças militares consideraram juntar-se à greve, mas decidiram continuar no trabalho.
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