A Moldávia realiza um plebiscito constitucional neste domingo (5/9) para tentar superar uma grave crise política que mantém o país com um presidente interino e um governo limitado pela oposição há um ano.
No ano passado, o presidente do parlamento moldavo, Mihai Ghimpu, teve de assumir o cargo de presidente da república interinamente, depois que o parlamento não conseguiu eleger o novo chefe de Estado. A Aliança para a Integração Europeia, que tirou o poder dos comunistas na eleição de julho de 2009, propõe a escolha do presidente por votação direta, diante da incapacidade de superar a resistência da oposição no parlamento.
Efe
O presidente interino da Moldávia, Mihai Ghimpu, chega para votar no plebiscito de domingo
A coalizão governista, de tendência liberal, defende o fim da paralisia do poder e diz tentar tirar o país da longa crise institucional, que, segundo eles, impede o funcionamento normal e a modernização do Estado.
O plebiscito é crucial para a estabilidade interna e o futuro geopolítico da Moldávia, pequeno e pobre país da Europa situado entre Ucrânia e Romênia. Para uns, ele fica no 'quintal' da Rússia; para outros, na fronteira oriental da União Europeia e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Isso explica o interesse dessa consulta e o destino da Moldávia – governada entre 2001 e 2009 pelos comunistas – para a UE e os Estados Unidos, por um lado, e para a Rússia e a Comunidade dos Estados Independentes (entidade de repúblicas ex-soviéticas formada em 1992), pelo outro.
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As pesquisas auguravam um amplo apoio à proposta de eleições presidenciais diretas, apesar do boicote dos comunistas, convencidos de que a coalizão manipulará os resultados para se perpetuar no poder.
Boicote
O ex-presidente moldavo Vladimir Voronin, líder dos comunistas, denunciou que o objetivo da atual coalizão governista é promover a reunificação com a Romênia – com a qual a Moldávia compartilha história e idioma -, romper laços com a comunidade pós-soviética e entregar o país à OTAN.
“Estou convencido do êxito do plebiscito. O povo vai colocar fim nesta longa crise e os comunistas sofrerão uma derrota contundente”, replicou neste domingo (5/9) Ghimpu ao votar em Kishinev.
Efe
Certo do apoio popular à proposta submetida a consulta, Ghimpu defendeu dissolver o parlamento após o plebiscito e realizar em novembro eleições simultaneamente presidenciais e legislativas antecipadas. Filat é visto como um dos principais candidatos da coalizão para a presidência junto ao líder do Partido Democrata, Marian Lupu.
O dia de eleições foi afetado pelo já tradicional boicote às urnas em alguns seções eleitorais da Transnístria, região separatista de etnia russa que acolhe tropas e arsenais de Moscou. A Comissão Eleitoral Central anunciou que um falha no sistema informatizado paralisou o sistema eletrônico de apuração dos votos, declaração que alimentou as suspeitas dos comunistas sobre possíveis falsificações.
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