O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, entregou no sábado (18/9) uma carta do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a seu colega cubano, Raúl Castro. O texto reafirma o desejo de fazer do Brasil um parceiro preferencial da ilha após as reformas que o regime planeja fazer nos próximos anos em seu sistema produtivo. As informações são do canal de TV estatal cubano, que exibiu imagens do encontro.
O chanceler brasileiro aproveitou sua viagem à Nova York, onde representará o presidente Lula na Assembleia-Geral das Nações Unidas, para fazer uma escala em Cuba e reunir-se c com Raúl.
Um bilhão de dólares
A reunião reforça a aliança entre os dois países mantida desde que Lula assumiu o poder, em 2003. Segundo a TV estatal cubana, no encontro Amorim e Raúl discutiram temas ligados à cooperação bilateral, à integração latino-americana e à reforma no regime econômico cubano, que abrirá espaço para o Brasil estimular o investimento de empresas nacionais na ilha. Até agora, o Brasil já aplicou um bilhão de dólares em projetos em Cuba, em projetos como a reconstrução do Porto de Mariel.
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Também se especulava que a visita de Amorim teria como objetivo a sondagem de uma possível mediação no conflito entre os governos cubano e norte-americano. O tema, porém, não foi mencionado para a imprensa após o encontro.
De acordo com a agência de notícias espanhola Efe, fontes da diplomacia norte-americana consideram “indesejável” a interferência do Brasil no processo bilateral entre Havana e Washington, principalmente porque a Casa Branca não aprovou a atuação do Brasil diante o impasse criado com o programa nuclear do Irã, no qual o Brasil atuou como mediador ao lado da Turquia.
As relações entre Cuba e Brasil vêm sendo fortalecidas nos últimos três anos quando Lula viajou várias vezes a Cuba para reunir-se com Fidel e Raúl Castro. Por meio do aumento de linhas de crédito, o Brasil vem incentivando a exportação de produtos brasileiros para a ilha, reforçando sua aliança com o governo cubano. Segundo informações do canal estatal de Cuba, após o encontro Amorim e Raúl qualificaram as relações entre os países como “excelente”.
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