(atualizado às 17h44)
O governo do Equador decretou estado de exceção em todo o território nacional e delegou para as forças armadas a segurança interna e externa do país.
O secretário jurídico da Presidência equatoriana, Alexis Mera, disse em entrevista coletiva do Palacio de Governo que está determinado o “estado de exceção por uma semana” e que, nesse período, as forças militares assumirão o controle da segurança.
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A medida foi tomada por conta da crise gerada no país em decorrência de um protesto de policiais, descrito pelas autoridades como uma tentativa de golpe de Estado.
Além disso, no meio do protesto de um regimento policial em Quito, o presidente do país, Rafael Correa, que está com um joelho recém-operado, teve uma perna atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo e foi conduzido a um hospital próximo, segundo disse pessoalmente à “Radio Pública”.
Mera ressaltou que os “maus equatorianos que violaram a segurança do Estado e insultaram o uniforme da Polícia nacional (…) serão punidos com todo o rigor da lei”.
O secretário jurídico destacou ainda que as autoridades “têm que elaborar um plano emergencial para resguardar a segurança do chefe do Estado e de todos os cidadãos”.
“O que menos importa”, disse Mera, “são os insultos”, pois o mais grave é “o atentado à democracia”.
Ainda de acordo com o secretário, o estado de exceção não inclui, por enquanto, toque de recolher, e ressaltou que também não foi suspensa “nenhuma garantia constitucional”.
“Fomos surpreendidos por isto, que evidentemente é um golpe de Estado, porque a Polícia não tem nenhum motivo para se sublevar”, acrescentou Mera, acompanhado de vários ministros. “Há um golpe de Estado que está sendo usado por inimigos do Governo, por inimigos da República”.
O secretário jurídico afirmou também que vários colaboradores do executivo se dirigirão ao hospital para proteger Correa.
Pelo canal TeleSur, o presidente da Assembleia Nacional, Fernando Cordero, que está na Espanha, confirmou que parlamentares foram impedidos de entrar no plenário por policiais rebelados, mas assegurou que o congresso rejeitaria qualquer tentativa de derrubar o presidente.
“Você é nosso presidente, Rafael. Não vão sequestrar nossos sonhos”, disse Cordero na TV, via Skype.
Mal-estar
Mais cedo, antes da decretação, um dirigente do Partido Socialista (integrante da base de apoio a Correa), que não quis se identificar, falou ao Opera Mundi e previu que o controle da segurança seria entregue aos militares.
“Intuo que o exército vai comunicar uma decisão sobre assumir o contole pra dar um pouco de proteção às pessoas na rua”, disse.
Entretanto, embora Rafael Correa tenha declaração que está “sequestrado” no Hospital da Polícia Nacional, em Quito, o dirigente disse não acreditar que o presidente esteja sendo mantido como refém.
“Eu não chamaria de sequestro, mas diria que o presidente foi inadequadamente falar com os policiais e cometeu o erro de se deixar levar justamente para o hospital deles, onde encurralado. Mais que estado de emergência, o que há é um estado de mal-estar no país”, ironizou o dirigente socialista.
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