Um grupo de 45 senadores enviou uma carta à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, alertando para o risco de as próximas eleições haitianas, marcadas para 28 de novembro, serem anti-democráticas. Os haitianos irão às urnas dez meses depois do devastador terremoto que sacudiu Porto Príncipe e outras cidades e deixou 300 mil mortos, milhares de feridos e cerca de 1,5 milhão de desabrigados.
Liderados pela congressista democrata Maxine Waters, do estado da Califórnia, os senadores justificaram o alerta com o fato de o principal partido do Haiti, Fanmi Lavalas, ter sido excluído do processo eleitoral. Eles também demonstram preocupação com o sistema de votação e colocaram em dúvida se as urnas estarão ao alcance de todos os haitianos, inclusive aqueles afetados pelo terremoto.
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O Fanmi Lavalas é o partido do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto em 2004 por um golpe patrocinado pelos Estados Unidos. A justificativa para a exclusão do partido foi que seu líder, Aristide – exilado na África do Sul – não estava presente para efetuar o registro eleitoral. ALém do Fanmi Lavalas, outros 13 partidos foram banidos das eleições.
Além de apontarem o risco para a democracia no Haiti, os senadores sugerem que caso determinadas exigências para as eleições não sejam atendidas, “o governo dos EUA não deveria financiar a realização do pleito no país.
Eleições
Além de escolherem o próximo presidente, que sucederá René Préval, os haitianos elegerão 11 dos 30 senadores e 99 deputados. São 19 os candidatos às eleições presidenciais e 861 às legislativas.
O Brasil prometeu entregar 500 mil dólares para a realização das eleições no Haiti. Além do Brasil, anunciaram doações os EUA, com cinco milhões de dólares e a União Europeia, que deverá destinar cinco milhões de euros.
Em setembro o músico haitiano radicado nos EUA, Wyclef Jean, tentou se registrar candidatura à presidência, mas não obteve sucesso. O rapper anunciou em agosto sua intenção de se tornar o próximo chefe de Estado do país caribenho, apesar de seu objetivo ter sido vetado pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP).
A entidade informou que Jean não era elegível para o cargo porque todos os candidatos tinham que ter residido no país nos últimos cinco anos.
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