Os últimos dez índios mapuches que faziam greve de fome numa prisão do Chile decidiram na noite dessa sexta-feira (8/10) encerrar o protesto, anunciaram fontes do governo chileno. A decisão ocorreu após intensas negociações entre representantes do Executivo e dos indígenas.
O secretário-geral da Presidência, Cristián Larroulet, se reuniu com os três presos mapuches que estavam em greve de fome na prisão de Angol e com os sete que estavam internados no hospital de Victoria por fraqueza.
“As negociações realizadas com o objetivo de encerrar a greve de fome terminaram satisfatoriamente”, assinalou o ministro da Presidência em comunicado. Segundo ele, “esta decisão será compartilhada no próximo dia 11 por todas as autoridades tradicionais do povo mapuche e pela sociedade civil que acompanhou esta preocupação”.
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Em declarações à Radio Bío-Bío, o porta-voz mapuche Jorge Huenchullán explicou por que preferiram acabar com a manifestação. “Consideramos que alguns gestos do governo davam motivos para que nossos irmãos encerrassem a greve”. Huenchullán afirmou que “o acordo não é totalmente satisfatório para o povo mapuche”, mas a medida foi adotada levando em consideração razões de caráter humanitário.
Termina assim a greve de fome que um grupo de presos iniciou no dia 12 de julho, à qual gradualmente foram se somando reclusos de outras prisões do sul do país.
Interpretação
Os mapuches, que se consideram presos políticos, exigiam que não lhes fosse aplicada a lei antiterrorista, que não fossem submetidos a um duplo julgamento – em tribunais civis e militares – e que não houvesse em seus julgamentos testemunhas sem rosto.
O processo de requalificação dos processos judiciais para que os mapuches fossem processados apenas pelas normas penais comuns começou há uma semana, quando 28 do total de 38 mapuches que estavam em greve de fome acabaram com o protesto.
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