Rússia e Venezuela assinaram nesta sexta-feira (15/10) um acordo intergovernamental sobre cooperação nuclear e a construção e exploração de uma usina atômica em território venezuelano, segundo informaram as agências russas.
O acordo foi assinado na presença dos presidentes russo, Dmitri Medvedev, e venezuelano, Hugo Chávez, que tiveram hoje uma reunião a portas fechadas no Kremlin.
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“Hoje concordamos que nossos países estão interessados em desenvolver a cooperação tecnológica. Como primeiro exemplo, acabamos de assinar um acordo de cooperação no âmbito nuclear”, disse Medvedev em entrevista coletiva concedida após o encontro com Chávez, segundo a agência Efe.
Efe
Os presidentes russo e venezuelano, após a reunião no Kremlin
Tanto Chávez como Medvedev disseram que o acordo pode ser criticado pela comunidade internacional. O presidente venezuelano afirmou que responderá todas as dúvidas sobre o programa nuclear e que “não há interesse em produzir a bomba atômica”.
“A Venezuela entra no caminho da energia nuclear. Está mais do que dito, mas vou repetir: com fins pacíficos, evidentemente”, disse Chávez, citado pela ABN (Agência Bolivariana de Notícias).
Chávez já antecipou em Caracas antes de viajar à Rússia que engenheiros russos construiriam na Venezuela uma usina nuclear. Segundo ele, o objetivo é aproveitar a transferência de tecnologia nuclear da Rússia.
Chávez defende a promoção da energia nuclear para a geração de eletricidade, como alternativa a outras fontes de energia mais poluentes, segundo o exemplo de países como Brasil e Argentina.
Outras áreas
Além de acordos no setor de energia nuclear, foi assinado um documento que define a colaboração bilateral em política externa e economia, nos setores de gás, petróleo, telecomunicações, agricultura, pesca, transporte, educação, saúde, turismo, esportes, cultura e assistência a desastres naturais.
A Venezuela, que desde 2005 adquiriu armas russas no valor de 4,4 bilhões de dólares – segundo fontes do país -, ascendeu como principal cliente latino-americano da indústria militar russa, o que preocupa especialmente Estados Unidos e Colômbia.
Em abril do ano passado, durante visita a Caracas, Putin afirmou que a Venezuela planejava comprar mais de 5 bilhões de dólares em armas russas.
Outro dos objetivos da visita de Chávez a Moscou em sua nona viagem à Rússia desde 2001 é a assinatura do documento final para a criação de um banco russo-venezuelano, que financiará projetos de investimento nos dois países. Entre outras coisas, o banco se dedicará a financiar projetos energéticos das companhias russas que formam o Consórcio Petroleiro Nacional criado por Moscou para trabalhar na Venezuela.
A viagem de Chávez de quase duas semanas também incluirá passagens por Belarus, Ucrânia, Irã, Síria, Líbia, Argélia e Portugal.
*Com agências internacionais
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