O ex-ditador boliviano, Luis García Meza (1980-1981), líder do golpe militar de julho de 1980, e seu ex-ministro do Interior, Luis Arce Gómez, vão depor nesta quarta-feira (3/11) diante de uma comissão de promotores.
Durante a audiência, ambos réus do presídio de máxima segurança de Chonchocoro deverão esclarecer o paradeiro dos restos de ativistas e lutadores pelos direitos humanos, durante o governo perído de 1980 a 1981.
Na ocasião, García Meza e Arce Gómez ordenaram o assassinato de vários líderes políticos oposicionistas, entre eles Marcelo Quiroga Santa Cruz, membro do MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária).
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Para promotor a cargo do caso, Isabelino Gómez, a audiência servirá para estabelecer linhas e parâmetros dentro da investigação levando em conta as exigências das vítimas.
Em setembro, Arce Gómez, também conhecido como o Ministro da Cocaína, tentou negociar com o Ministério Público a informação que tem sobre o paradeiro dos restos dos desaparecidos em troca da redução de sua pena, mas os promotores recusaram a proposta.
Os integrantes da comissão encarregada do processo estabeleceram que o ex-ministro cumpra uma condenação de 30 anos de cárcere sem direito a indulto, o que não lhe permite negociar em troca de informações.
Em 29 de outubro, Arce Gómez revelou o paradeiro dos restos de Quiroga Santa Cruz, que foi torturado e assassinado durante as primeiras horas do golpe de Estado de 17 de julho de 1980 junto a outros dirigentes que participavam de uma reunião nos escritórios da Central Operária Boliviana, da cidade de La Paz.
Na Bolívia, também investiga-se o desaparecimento nesse período dos ativistas Renato Ticona e Juan Carlos Flores.
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