A nova Constituição da Bolívia foi aprovada por 60% dos eleitores, de acordo com pesquisas boca-de-urna lançadas às 18h locais (20h em Brasília). Os dados oficiais só começarão a ser divulgados à meia-noite (02h).
As pesquisas revelaram também que 77% dos bolivianos preferiram estabelecer o limite de terras em no máximo 5 mil hectares, no lugar de 10 mil (23%). Cerca de 3,9 milhões de bolivianos foram às urnas hoje (25).
Os bolivianos votaram em um documento de 411 artigos que propunha um país plurinacional, voltado à integração indígena, autônomo e de economia “de estatismo”, mas a oposição afirma que a Carta Magna concede privilégios a grupos étnicos em detrimento dos mestiços e que não contém uma descentralização verdadeira.
Os resultados refletem uma vitória clara do presidente Evo Morales, que anunciou o referendo como uma tentativa de “refundar” a Bolívia e o início de uma “revolução democrática e cultural”. “A votação de hoje decide qual país a Bolívia deseja ser”, disse Morales, poucas horas antes do resultado.
No entanto, os números liberados nesta tarde demonstram igualmente uma profunda divisão no país: o “não” triunfou em quatro departamentos (estados) na zona oriental, região da “media-luna” (Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando). Os departamentos autonomistas de La Paz, Cochabamba, Potosí e Oruro e, talvez, Chuquisaca, que no momento está dividido (50% – 50%), devem eleger o “sim”.
Pela primeira vez foi celebrado um referendo para a aprovação de um novo texto constitucional. Até então, bastava a aprovação do Parlamento para a passagem do texto. Observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos), da União Européia e da Fundação do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, garantiram o bom andamento da eleição, que não teve grandes incidentes.
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