Num momento em que tenta diminuir as relações comerciais com a Colômbia, devido à crise diplomática entre os dois países, a Venezuela fechou acordos com a Argentina para estimular o comércio bilateral.
Os contratos foram firmados durante a visita da presidente Cristina Kirchner a Caracas, capital venezuelana, encerrada nesta quarta-feira (12). Ela e o líder Hugo Chávez afirmaram querer ampliar as relações comerciais, tanto entre empresas privadas quanto estatais, além de realizar uma maior troca de tecnologia. Os principais setores beneficiados pela ampliação do comércio são: automotivo, têxtil, de alimentos e máquinas pesadas.
“Hoje, estamos assinando acordos de 1,1 bilhão de dólares”, disse a presidente da Argentina, após reunião com Chávez.
Mesmo antes da visita de Cristina Kirchner, funcionários do governo venezuelano já anunciavam o cancelamento de uma encomenda de 10 mil carros da Colômbia, e que iriam passar a comprar automóveis da Argentina.
A crise diplomática entre Venezuela e Colômbia se agravou com o anúncio do presidente colombiano, Álvaro Uribe, da instalação de bases militares norte-americanas em seu território.
Leia também:
Chávez anuncia medidas comerciais contra a Colômbia
Acordo militar entre EUA e Colômbia causa mal-estar na América do Sul
Como represália, o líder venezuelano anunciou, no domingo, que fará a interrupção da venda de combustível subsidiado para a Colômbia e afirmou também que a compra de gás natural colombiano pode ser interrompida, porque acredita que a Venezuela pode ser autossuficiente, se desejar.
O acordo, por meio do qual a empresa estatal colombiana Ecopetrol comprava aproximadamente 4,5 milhões de galões de gasolina por mês da estatal Petróleos da Venezuela, vence no próximo dia 21.
Relações entre empresários
Com o desentendimento entre Venezuela e Colômbia, uma comissão de empresários argentinos aproveitou a ocasião para acompanhar Cristina Kirchner em sua visita a Caracas e estabelecer acordos com empresas venezuelanas, além de iniciar diálogos para firmar contratos com o governo.
Pedro Bergaglio, presidente do Protejer, grupo que representa a indústria têxtil argentina, disse que as exportações de têxteis para a Venezuela podem chegar a 1 bilhão de dólares com os novos acordos, já que a administração Chávez tentar eliminar a compra destes itens da Colômbia.
Entretanto, o desafio para a Venezuela é conseguir substituir os produtos colombianos com os mesmos custos de transporte e preço. Além disso, a mercadoria que antes demorava 25 dias para chegar por via terrestre por Cali, Medellín ou Bogotá, agora vai levar pelo menos 52 dias, partindo de barco, de Buenos Aires.
O comércio entre Colômbia e Venezuela atingiu 6 bilhões de dólares no ano passado.
NULL
NULL
NULL