Quarta-feira, 26 de março de 2025
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A nave espacial Starship da SpaceX explodiu no início da noite de quinta-feira (06/02), minutos depois de decolar do Texas. É o segundo fracasso em sete semanas do programa de Elon Musk que visa desenvolver foguetes para instalar uma estação espacial em Marte. Como na vez anterior, foi a nave espacial do estágio superior que apresentou falha.

Em 16 de janeiro, o voo de prova anterior da Starship também explodiu. A SpaceX realizou alterações na nave para corrigir onde avaliou que haviam ocorrido as falhas. A Administração Federal de Aviação (FAA, da sigla em inglês) supervisionou a investigação da empresa sobre as causas do acidente. Na semana passada, emitiu licença para o lançamento desse oitavo voo, que explodiu de forma similar ao primeiro.

O acidente de ontem provocou a interrupção de voos comerciais nos aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Palm Beach e Orlando, além do aeroporto internacional da Filadélfia, durante ao menos uma hora e meia. Também obrigou a desviar voos no Caribe.

O foguete, com 123 metros de altura, decolou por volta das 18h30 (20h30 de Brasília) de Boca China, no Texas. Seu propulsor Super Heavy — o maior já construído –, retornou à base como planejado. Minutos depois, porém, vários motores do estágio superior da nave se desligaram, fazendo com que a ela passasse a girar no espaço descontrolada antes de explodir. Segundo a SpaceX foi o sistema de autodestruição do Starship que funcionou. É nesse estágio superior da nava que, no futuro, deverão ir os astronautas.

Acidentes ocorrem quando Musk busca acelerar o projeto

“Antes do fim da queima de subida, um evento energético na parte traseira da Starship resultou na perda de vários motores raptor. Isso, por sua vez, levou à perda do controle de altitude e, finalmente, à perda de comunicações com a Starship”, informou a SpaceX em sua rede X.

Diversos vídeos na internet mostram destroços em chamas cruzando o céu na Flórida e nas Bahamas antes de caírem no Caribe, alguns deles nas ilhas Turks e Caicos. Aqui pode se ver o momento da explosão.

Starship em seu terceiro teste, março de 2024
SpaceX
Starship em seu terceiro teste, março de 2024

Os dois acidentes ocorrem em um momento em que Musk tanta acelerar seu projeto que tem como objetivo transportar lotes maiores de satélites, levar astronautas à Lua e, mais adiante, à Marte onde pretende construir uma estação espacial.

A Starship não é o único foguete fabricado pela Space X a apresentar falhas. Alguns dos foguetes Falcon 9 que a empresa lança a cada poucos dias a partir da Califórnia e da Flórida também apresentaram problemas.

Em fevereiro, um estágio superior do Falcon 9 falhou em executar a queima de motor prevista para garantir que os restos do foguete caíssem no oceano. Ao contrário do previsto, ele permaneceu em órbita até reentrar na atmosfera.  Pedaços do foguete caíram na Polônia. Na semana passada, um Falcon 9 pousou com sucesso em um navio, mas depois tombou depois que um incêndio danificou uma de suas pernas.

Conflito de interesses entre SpaceX e a FAA

A Nasa planeja usar uma versão da Starship para levar astronautas da órbita lunar até a superfície da Lua em 2027, na missão Artemis III.

A FAA informou que suspenderia os testes da Starship até que a SpaceX concluísse a investigação sobre o acidente dessa quinta-feira.

A SpaceX espera receber aprovação da FAA para até 25 voos este ano. Para isso, a FAA busca contornar conflites de interesse entre esse organismo federal e a empresa de Musk. Isso porque, em fevereiro, a FAA contratou três funcionários da SpaceX temporariamente para colaborar na atualização de algumas tecnologias, como as do sistema de controle de tráfego aéreo.

Os três receberam cartas esclarecendo que eles “não terão acesso aos sistemas” da área que regulamenta a Space X