A missão chinesa Chang’e-4 foi a primeira a chegar ao lado mais afastado da Lua, assim como a primeira a descobrir a presença de olivina, um dos principais componentes do manto terrestre. A descoberta, divulgada nesta quarta-feira (16/05), poderá confirmar a teoria de que a Lua se formou com a colisão da Terra com um corpo celeste.
A missão tem investigado a composição do manto lunar para explicar a evolução e formação da Lua. A sonda Chang’e-4 pousou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro, e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken, a maior e mais velha cratera do lado oculto da Lua.
As amostras coletadas pelo rover chinês revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto poderá conter olivina e piroxena em iguais quantidades, ao invés do domínio de um desses minerais. A olivina é um dos materiais do manto terrestre, o que poderá confirmar a teoria de que a Lua se formou com algum material que a Terra perdeu após o choque com um corpo celeste. Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar.
Uma vez que as caraterísticas e composição do subsolo permanecem desconhecidas, esta descoberta é considerada importante.
Até o momento, a hipótese mais aceita pelos cientistas é a de que a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, Theia, e o material que se derivou do choque formou a Lua. Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar.
Desde então, a origem e estrutura da Lua têm sido temas de debate entre a comunidade científica. Dessa forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento acerca da evolução lunar e à verificação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.
O rover continuará a explorar o local e retirará mais material do solo. Em 2020, a China planeja enviar a sonda Chang’e 5, com o objetivo de regressar à Terra com as amostras recolhidas na Lua.
*Com Agência Brasil
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Descoberta pode confirmar teoria de que a Lua se formou com a colisão da Terra com um corpo celeste