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Coronavírus

Estudo sobre cloroquina no Brasil é cancelado após morte de pacientes

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Pacientes de covid-19 internados em Manaus que receberam dose alta de cloroquina apresentaram batimentos cardíacos irregulares; após a morte de 11 deles, cientistas interromperam precocemente testes com a dosagem

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2020-04-14T16:40:47.000Z

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Cientistas brasileiros interromperam precocemente parte de um estudo sobre o medicamento antimalárico cloroquina, apregoado como possível candidato a tratamento contra infecções pelo coronavírus Sars-Cov-2 tanto pelo presidente americano, Donald Trump, quanto por seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro.

A pesquisa foi cancelada depois que 11 pacientes com o coronavírus que receberam uma dose elevada de cloroquina, morreram até o sexto dia de tratamento, segundo o jornal The New York Times.

Parte dos 81 pacientes com covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, que estavam sendo testados havia apresentado batimentos cardíacos irregulares, o que aumentou o risco de desenvolverem uma arritmia cardíaca fatal. Após a morte de 11 deles, a parte do estudo envolvendo altas dosagens foi cancelada antecipadamente.

Financiado, entre outros, pelo governo do estado do Amazonas, o estudo envolveu pacientes internados em Manaus e foi realizado pela Equipe CloroCovid-19, formada por cerca de 26 cientistas de diversos órgãos. A pesquisa foi postada no último sábado na medRxiv, uma plataforma de artigos médicos, para depois ser encaminhada para revisão por outros pesquisadores.

Cerca de metade das pessoas a quem a cloroquina estava sendo administrada receberam uma dose de 450 mg, duas vezes ao dia, por cinco dias. O restante dos pacientes deveria receber uma dose mais elevada do medicamento, 600 mg, por dez dias. Em três dias, os pesquisadores começaram a notar arritmia cardíaca em um quarto dos pacientes que receberam a dose mais alta.

Em e-mail enviado ao The New York Times no último domingo, um dos autores do estudo, Marcus Lacerda, disse que a pesquisa brasileira mostrou que uma dosagem alta que estava sendo usada na China "é muito tóxica e mata mais pacientes". Em fevereiro, a Comissão de Saúde da província de Guangdong, na China, havia recomendado inicialmente uma dosagem de 500 mg, duas vezes ao dia, por dez dias.

Os autores disseram ainda que mais estudos sobre o uso da cloroquina em estágios iniciais da covid-19 são "urgentemente necessários", e recomendaram que uma alta dose não seja administrada em pacientes graves da doença.

picture-alliance/dpa/N. Creach
Pesquisadores brasileiros disseram que alta dosagem de cloroquina é muito tóxica

Segundo o The New York Times, infectologistas e especialistas em segurança de medicamentos dizem que a pesquisa brasileira apresenta mais provas de que tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina podem causar danos severos a alguns pacientes, especialmente aumentando o risco de uma arritmia cardíaca fatal.

Os pacientes envolvidos no estudo também receberam o antibiótico azitromicina, que apresenta o mesmo risco de arritmia. Hospitais nos EUA estão usando azitromicina para tratar pacientes de coronavírus – em muitos casos, combinando o medicamento com a hidroxicloroquina.

A cloroquina e uma droga similar e de uso mais difundido, a hidroxicloroquina, vêm sendo propagandeadas por Trump e também por Bolsonaro no tratamento da covid-19 – apesar da eficácia desses medicamentos não ser comprovada. Nos Estados Unidos, especialistas de ponta vêm expressando preocupação com o uso do fármaco.

No mês passado, a agência de Medicamentos e Alimentação dos EUA (FDA, na sigla em inglês), aprovou emergencialmente o uso de cloroquina e hidroxicloroquina do estoque nacional por hospitais, no caso de estudos clínicos não serem possíveis. Empresas que fabricam o medicamento estão aumentando a produção.

Trump chegou a elogiar, em 21 de março, a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina pelo Twitter. Segundo o presidente americano, "tomados juntos, [esses medicamentos] têm uma chance real de virar o jogo na história da medicina. A FDA [agência americana de controle de medicamentos e segurança alimentar] moveu montanhas – obrigado! Espero que os DOIS (...) sejam usados IMEDIATAMENTE".

Porém, também no mês passado, a Agência Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (ANSM) da França alertou insistentemente contra a automedicação com hidroxicloroquina para tratar a covid-19. Hospitais no país relataram até 30 efeitos colaterais que teriam sido causados por remédios usados contra a doença. A hidroxicloroquina estaria relacionada a cinco casos com efeitos colaterais, três deles fatais.

O diretor-geral da ANSM, Dominique Martin, destacou na ocasião que é "normal" aplicar métodos experimentais no tratamento de doenças como a covid-19 por causa da sua rápida disseminação. Porém, esses tratamentos precisam ser acompanhados atentamente por especialistas – uma regra que vale especialmente para a combinação entre hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina. 

Administrar esses dois medicamentos ao mesmo tempo, segundo Martin, "potencializa o risco" de taquicardia que poderia levar a um enfarte. Por isso, especialmente pacientes de covid-19 precisam de atenção especial.  

RK/ap/ots

Saúde

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Política e Economia

Venezuela: Parlamento convoca Guaidó para depor sobre danos causados ao país durante mandato

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Ex-deputado, que se autoproclamou presidente, e 61 aliados são acusados de atos como formação de quadrilha e tentativa de golpe de Estado

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-03-05T21:21:00.000Z

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A Assembleia Nacional da Venezuela informou nesta quinta-feira (04/03) que vai convocar Juan Guaidó, ex-deputado de direita, e outros 61 aliados do autoproclamado presidente para depor sobre casos de corrupção que ocorreram na legislatura anterior, eleita em 2015. 

O presidente da Comissão Especial do Parlamento, José Brito, investiga “danos à nação” cometidos entre 2016-2021 a partir de um relatório preliminar apresentado ao plenário da Assembleia Nacional. Ele solicitou que os envolvidos compareçam para depor na próxima semana. Brito também pediu uma prorrogação de 45 dias para a continuidade da investigação.

“Essa é uma investigação muito séria e demonstra dois cenários: toda a população foi enganada repetidamente através das redes sociais. Isso também incidiu em uma parte da comunidade internacional e digo apenas uma parte porque a outra é responsável pela crise ", pontuou.

Na lista dos convocados para prestar depoimento estão 37 autoproclamados “representantes diplomáticos” de Guaidó, ex-presidente do Parlamento, durante o período em que ele se autoproclamou “presidente interino". 

Também estão convocados diversos advogados que atuaram como assessores do ex-deputado, como Enrique Sánchez Falcón e José Ignacio Hernández. Parte deles estão no exterior, como Leopoldo López, liderança da direita venezuelana e acusado de comandar tentativas de golpe de Estado no país. Esposas de dirigentes também serão convocadas.

Fotos Públicas
Ex-deputado é acusado de atos como formação de quadrilha e tentativa de golpe de Estado

Durante a apresentação do relatório, o controlador-geral da República, Elvis Amoro disse que "nunca tivemos em nossa história atos de corrupção como esses cometidos por Juan Guaidó e sua gangue. Eles se enriqueceram às custas da nação”.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, publicou em seu Twitter um trecho do discurso de Amoroso no plenário. "Mesmo que os corruptos estejam presos, temos que encontrar uma forma de ressarcir o dano patrimonial causado", disse.

Guaidó é acusado formação de quadrilha para cometer crime, crime organizado, traição, usurpação de funções e tentativa de golpe. No início deste ano, Opera Mundi listou as principais polêmicas e acusações que envolveram Guaidó nos seus dois anos de autoproclamação. 

* Com Telesur 

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