O Ministério das Relações Exteriores de Cuba anunciou nesta quarta-feira (29/07) uma mudança na data da votação da resolução contra o bloqueio imposto pelos EUA na Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre desde 1992.
Segundo a vice-ministra da Chancelaria, Anayansi Rodríguez Camejo, a decisão foi tomada por conta da gravidade da situação da pandemia nos EUA, especialmente em Nova York, cidade sede da Assembleia Geral da ONU (AGNU).
“Cuba decidiu transferir a consideração do projeto de resolução intitulada 'Necessidade de colocar fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA contra Cuba' da data tradicional, entre final de outubro e início de novembro, para o mês de maio de 2021”, disse Camejo.
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A vice-ministra ainda destacou que, embora adiada, a votação acontecerá nos marcos da 75º sessão da Assembleia Geral, portanto Cuba não abrirá mão da votação neste período de sessões.
“Não poderíamos prever a situação da pandemia nos Estados Unidos e na cidade de Nova York em particular nessa data. Os prognósticos indicam que haverá um novo pico da doença, o que faz com que sejam mantidas as medidas de restrição na Assembleia Geral da ONU, o que implica a limitação das delegações em suas instalações”, afirmou.
Cancillería Cuba
‘Enquanto durar o bloqueio, Cuba não deixará de denunciar essa política’, disse vice-ministra das Relações Exteriores
Ainda segundo Camejo, a decisão de Havana se deve unicamente aos efeitos da pandemia e que, “enquanto durar o bloqueio que inclusive aumentou durante a pandemia, Cuba não deixará de denunciar essa política em todos os cenários possíveis”.
A 75ª sessão da AGNU começará em setembro deste ano, mas sofrerá mudanças no cronograma e no formato devido às restrições impostas para combater o avanço da covid-19. Alguns debates são esperados que aconteçam por videoconferência.
Desde 1992, Cuba apresenta à AGNU uma resolução para condenar o bloqueio econômico imposto pelos EUA contra a ilha socialista desde 1961. A resolução, que é aprovada quase de forma unânime em todas as votações, sofreu pela primeira vez oposição do Brasil no ano passado.