O Fórum das Centrais Sindicais formado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB e NCST, anunciou nesta quarta-feira (20/01) um acordo com o governo da Venezuela para garantir a continuidade da ajuda humanitária do país vizinho para Manaus. A capital do Amazonas vive um colapso no sistema de saúde e convive com a falta de oxigênio para tratar seus pacientes.
No acordo, o país governado por Nicolás Maduro se dispõe a oferecer 80 mil litros de oxigênio hospitalar por semana ao município. As centrais ficarão responsáveis pela logística – transporte e distribuição do produto.
“Estamos mostrando como se faz a diplomacia dos trabalhadores”, afirmam os presidentes das centrais em documento divulgado pelo Fórum. Os dirigentes sindicais ainda agradeceram e destacaram a importância desse acordo, que salvará vidas ante “um governo brasileiro genocida, incompetente, negacionista e omisso”.
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, lamentou “que o Brasil enfrente um boicote do seu próprio presidente da República”. “Nós sabemos bem o que é sofrer um boicote, mas aqui na Venezuela temos governo, temos um presidente que governa para o povo e pelo povo”, disse.
Acabei de me reunir, virtualmente, com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza. Fechamos acordo de colaboração para que a CUT e o Fórum das Centrais ajudem o governo venezuelano a ampliar a doação de oxigênio a Manaus. Pela vida. pic.twitter.com/ELjHPzTswh
— SergioNobre (@CutNobre) January 19, 2021
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Venezuela ofereceu 80 mil litros de oxigênio hospitalar por semana; centrais sindicais ficarão responsáveis pela logística
O presidente da CSB, Antonio Neto, disse à Fórum que o acordo mostra que as centrais estão ao lado do povo. “A situação em Manaus é um reflexo da incompetência genocida do governo Bolsonaro, um governo a serviço da morte. As Centrais Sindicais mais uma vez estão ao lado dos trabalhadores e do povo mais vulnerável, por isso nos somamos à ajuda humanitária ao povo manauara”, afirmou.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, considerou o passo como uma “conquista do movimento sindical, da classe trabalhadora”. “Mostra que sabemos agir frente a esse governo criminoso, para salvar vidas, com solidariedade entre países latino-americanos”, escreveu no Twitter.
Ao menos 51 pessoas morreram por falta de oxigênio no Amazonas. segundo dados informados ao Ministério Público, foram 23 mortes no interior e 28 em Manaus