A epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse nesta sexta-feira (22/01) que os dados disponíveis sobre a variante britânica do novo coronavírus não indicam uma maior letalidade em relação à cepa do vírus.
Kerkhove, que é a responsável da OMS por dar respostas à pandemia da covid-19, disse que análises da entidade ainda estão sendo acompanhadas por laboratórios. A notícia contraria declaração dada nesta sexta pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
O premiê havia anunciado que as primeiras evidências e análises de especialistas sugeriram que a nova variante do coronavírus pode ser mais mortal. Dados da cepa britânica foram avaliados por cientistas do Grupo de Aconselhamento sobre Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes. De acordo com pesquisa, a nova variante parece ser cerca de 30% mais mortal.
No entanto, todas as evidências ainda permanecem em um estágio preliminar. A análise é feita com base na tendência do número de pessoas que morrem em decorrência das novas e antigas variantes.
Nickolay Romensky/Flickr
Premiê do Reino Unido disse que evidências sugerem que variante britânica pode ser 30% mais letal
Michael Ryan, diretor-executivo da OMS, afirmou que, mesmo com o maior número de mortes no Reino Unido após o surgimento da variante, não é possível ligar tais dados com a letalidade do vírus, alertando que os estudos que a entidade de saúde possui ainda não indicam maior letalidade da mutação britânica.
“Letalidade e mortalidade são coisas diferentes. O que observamos no Reino Unido foi um aumento do número de novos óbitos acompanhando o crescimento dos casos”, disse.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a variante britânica do coronavírus foi detectada em pelo menos 60 países. Conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins, o Reino Unido acumula 96.166 mortes e 3.594.145 casos de covid-19 desde o início da pandemia.
(*) Com Ansa.