O México vai entrar com uma denúncia no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) por causa da estocagem de vacinas contra o covid-19 que alguns países produtores, como os Estados Unidos, têm feito, fazendo com que a América Latina e o Caribe tenham taxas de vacinação mais baixas.
“Amanhã vamos apresentar ao Conselho de Segurança da ONU a posição do México e da América Latina em relação ao que está acontecendo no mundo: a desigualdade, a inequidade que existe no acesso às vacinas”, disse o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard. “Vamos levar o pleito porque não é justo”, disse o chefe do Ministério das Relações Exteriores (SRE) durante a tradicional entrevista coletiva desta terça (16/02).
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O México tem contratos assinados com várias empresas farmacêuticas para a aquisição de 232 milhões de doses. No entanto, o acúmulo do medicamento por alguns países tem causado atrasos nos embarques previamente acordados, levando as autoridades a fazer novas compras para não paralisar a campanha de vacinação.
Falta de vacina
“Com a Pfizer, houve uma interrupção no fornecimento de quase um mês, entre janeiro e fevereiro, porque fecharam a fábrica na Europa, o que não era previsto, e afetou a nós e a vários países do mundo. Mas agora se está retomando o fornecimento com os embarques feitos hoje “, explicou Ebrard.
Gobierno de México
López Obrador questionou o porquê de não poder importar vacinas direto dos EUA
Por sua vez, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, garantiu que seu governo planeja a entrega de antígenos há seis meses, mas questionou porque seu país precisa importar vacinas da Europa ao mesmo tempo em que todas doses produzidas pela Pfizer nos Estados Unidos, país vizinho, acabam indo para o consumo interno.
“As fábricas da Pfizer nos EUA estão produzindo apenas para os EUA. Isso é uma das coisas que queremos ver na ONU, para que haja equidade, para que não haja estoque de vacinas”, explicou o presidente.
Com os dois embarques que chegarão nesta terça-feira, o México terá um total de 1,25 milhão de doses da vacina Pfizer, que começou a ser distribuída ao país latino-americano em dezembro passado.
Na ausência de medicamentos para imunizar a população, o México comprou 2,03 milhões de doses da vacina AstraZeneca da Índia. Além disso, o Executivo Lopez Obrador tem assinado um contrato para comprar 22 milhões de doses da russa Sputnik V. O país também deve fechar um acordo na próxima semana com a chinesa SinoVac para comprar mais um milhão de vacinas.
O México começou a vacinação em massa em adultos mais velhos na segunda-feira (15/02). Naquele dia, 87.472 idosos em todo o país foram imunizados.
Desde o início da pandemia, o país latino-americano registrou um total de 174.657 mortes por covid-19 e 1,99 milhão de casos confirmados. O número de infecções e de ocupação hospitalar continuam a diminuir em todo o país já há duas semanas.