A Imperial College London, universidade do Reino Unido, indicou nesta terça-feira (02/03) que a taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil atingiu uma alta expressiva, batendo o índice de 1,13.
Esse número aponta que um grupo de 100 pessoas infectadas pode transmitir o vírus para outras 113 pessoas. Desde dezembro de 2020, o levantamento da universidade indica que a taxa de transmissão brasileira está acima de 1. No dias anteriores ao novo apontamento, índice no Brasil estava em 1,02.
Mesmo com a alta, o Imperial College aponta que a taxa de transmissão desta semana pode variar entre 1,10 e 1,15.
O monitoramento britânico considerou dados registrados até esta segunda-feira (01/03) e utilizou estimativas de número de mortes da semana passada e uma previsão de óbitos para esta semana, no qual as projeções apontam que o país poderá registrar cerca de 9.190 mortes em decorrência da covid-19.
Ainda segundo as projeções, os dados da universidade indicam que o número de óbitos pode chegar a 9.500 nesta semana.
A universidade vem afirmando que há uma mudança nas notificações de casos e mortes no Brasil em decorrência da pandemia, e que tais resultados devem continuar sendo “interpretados com cautela”.
Pedro Guerreiro/Ag Pará
Número aponta que um grupo de 100 pessoas infectadas pode transmitir o vírus para outras 113 pessoas
De acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil permanece em terceiro lugar no ranking de países com maior número de casos do novo coronavírus, contabilizando 10.587.001 e 255.720 mortes.
‘Hora do lockdown completo’
Na última semana, o Brasil bateu mais um recorde de mortes por covid-19 e superou a marca de 250 mil óbitos causados pela doença. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médico pneumologista Ubiratan de Paula Santos defendeu que o país entre em um lockdown completo para combater a pandemia.
Em entrevista a Opera Mundi nesta sexta-feira (26/02), Santos afirmou que a forma mais promissora de reduzir o número de mortes no país atualmente é “adotar medidas de contenção mais drásticas”.
“Tenho defendido adotar um lockdown completo no qual durante 15 dias ninguém trabalhasse e os 15 dias seguintes todos trabalhassem. Se alguém tiver sintomas, todos daquela casa não poderiam voltar ao trabalho. O estado ou o governo federal, que têm os cadastros das famílias, deveriam monitorar constantemente o que está acontecendo e colocar a atenção básica de saúde trabalhando de forma integral”, disse.
Para o professor, o aspecto vantajoso desse sistema de isolamento é que ele permitiria reduzir as infecções e, consequentemente, as mortes causadas pela covid-19. “Eu tenho que reduzir infecção para reduzir internação, reduzir pacientes na UTI e evitar que as pessoas morram”, afirmou.