O presidente Nicolás Maduro decretou neste domingo (14/03) um cerco sanitário na capital venezuelana e mais três regiões do país na tentativa de conter o avanço da variante brasileira do novo coronavírus que está circulando no território vizinho.
A medida, que entrou em vigor nesta segunda-feira (15/03), é uma flexibilização controlada que pretende aumentar o número de leitos intensivos para pacientes graves e detectar novos casos. O cerco acontece em Caracas, La Guaira, Miranda e Bolívar, que faz fronteira com o Brasil,
No restante do país continua o Método 7+7, confinamento restritivo por uma semana e flexibilização na semana seguinte, em todo o território nacional.
“Um cerco sanitário está sendo ampliado para cortar as cadeias de transmissão da variante brasileira do coronavírus (…) Embora as vacinas contra o vírus fortaleçam o sistema imunológico, devemos ter cuidado porque ainda existe o risco de infecção”, disse o presidente.
Segundo Maduro, um hospital de campanha e um laboratório de testes PCR móvel serão instalados no estado de Bolívar para garantir a atenção dos cidadãos e cortar qualquer cadeia de contágio.
Diante da questão dos laboratórios móveis, o presidente reiterou que o objetivo é detectar os casos a tempo. “O primeiro elemento é a investigação na hora, sair para buscar os casos, detectar e diagnosticar os casos”, acrescentou.
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Nicolás Maduro reconheceu que variante brasileira é ‘mais contagiosa e mortal’ e pediu que a população tenha consciência da gravidade
O presidente reconheceu que a variante brasileira é “mais contagiosa e mortal” e pediu que a população tenha consciência da gravidade e respeite as medidas de proteção. “Tenhamos em mente que proteger a vida depende da consciência de cada um”, disse.
Casos
A Venezuela registrou os primeiros casos de infecção com a variante brasileira do novo coronavírus, ainda na semana passada, nos estados de Miranda, Bolívar e Caracas.
Segundo o informe venezuelano, à época das descobertas, eram 10 casos confirmados até o momento, sendo que dois estavam em Caracas, dois em Miranda e outros seis em Bolívar.
A ministra de Ciência e Tecnologia da Venezuela, Gabriela Jiménez, disse que já acionou o Instituto Nacional de Higiene (INH) e o Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (Ivic) para colher testes aleatórios em todo o país e começar a trabalhar no sequenciamento da variante brasileira.
Segundo um estudo preliminar realizado pelo Imperial College London em conjunto com pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade de São Paulo (USP), a variante brasileira do novo coronavírus, chamada de P1, tem entre 25% e 61% de chance de reinfectar quem já havia sido contaminado com o vírus. Além disso, a nova cepa pode ser até 2,2 vezes mais transmissível do que outras variantes.