A vacina anticovid do laboratório anglo-sueco AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford é 76% eficaz contra as formas sintomáticas da covid-19. O anúncio foi feito em comunicado nesta quarta-feira (25/03), após uma atualização de dados de um ensaio clínico realizado recentemente nos Estados Unidos, no Peru e no Chile.
Os resultados da “análise primária dos ensaios de fase III [da vacina] nos Estados Unidos confirmaram que sua eficácia é consistente” em relação aos dados anunciados na segunda-feira (22/03), disse a AstraZeneca, em nota. O laboratório também indicou nesta quinta-feira que a eficiência do imunizante é de 100% na prevenção de casos graves da covid-19, número semelhante ao anunciado há alguns dias.
O novo anúncio foi feito porque a AstraZeneca se comprometeu na terça-feira (23/03) a fornecer dados recentes dentro de 48 horas ao regulador dos EUA que supervisiona esses estudos clínicos, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid). O órgão criticou os dados potencialmente “desatualizados” da vacina anticovid, que anunciava anteriormente ter 79% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos. Isso poderia, de acordo com o Niaid, levar a uma “estimativa incompleta da eficácia” da vacina.
EUA ainda não aprovaram vacina da AstraZeneca
Usada por muitos países, incluindo os da União Europeia, a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford ainda não foi aprovada nos Estados Unidos, onde as autoridades solicitaram recentemente mais dados sobre os ensaios de fase III conduzidos em seu território.
No âmbito da operação “Warp Speed”, lançada na primavera de 2020 pelo governo do então presidente Donald Trump para apoiar o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19, um pedido de compra de 300 milhões de doses foi entregue à AstraZeneca, muito mais alto do que os pedidos inicialmente feitos para Pfizer/BioNTech, Moderna ou Johnson & Johnson (100 milhões cada), os três produtos atualmente licenciados nos Estados Unidos.
Wikicommons
Laboratório também indicou nesta quinta-feira que a eficiência do imunizante é de 100% na prevenção de casos graves da doença
Novos contratos foram feitos desde então para que os Estados Unidos recebam doses suficientes das três vacinas para imunizar todos os adultos do país até o final de maio, como prometeu o presidente norte-americano, Joe Biden.
Neste mês, 15 países suspenderam parcial ou completamente o uso do produto da AstraZeneca após o registro de casos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, em alguns casos letais. Na última quinta-feira (18/03), a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) considerou a vacina “segura e eficaz” e a sua utilização foi retomada.