As autoridades sanitárias da Rússia aprovaram nesta quinta-feira (06/05) o registro da versão em dose única da vacina contra covid-19 Sputnik V. Chamada “Sputnik Light”, a fórmula demonstrou eficácia de 79,4% na prevenção da covid-19, de acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) do país, proprietário do imunizante.
O cálculo foi feito com base nos dados dos cidadãos russos que tomaram apenas uma dose da vacina no âmbito do programa de vacinação em massa e não receberam a segunda injeção no período de 5 de dezembro de 2020 a 15 de abril de 2021.
“A eficácia da Sputnik Light, imunizante de uma dose, correspondeu a 79,4% a partir do 28º dia do recebimento do imunizante. O indicador de eficácia de cerca de 80% é superior aos indicadores de eficácia de muitas vacinas requerentes de duas injeções”, informou comunicado do RDIF.
Os ensaios clínicos mostraram que a vacina de dose única é eficaz contra todas as novas cepas da covid-19. O RDIF informou também que não foi identificado nenhum evento adverso entre as pessoas que receberam o imunizante.
Após imunização com a Sputnik Light, a resposta imune celular contra a proteína S do novo coronavírus é formada em 100% dos vacinados no 10º dia após a vacinação.
O imunizante é adequado tanto para primeira vacinação e revacinação quanto para aumento da eficácia combinado com outras vacinas, disse o diretor do Centro Gamaleya, Aleksandr Gintsburg.
Como funciona a vacina Sputnik Light
A Sputnik Light não requer condições especiais de armazenamento e logística e custa menos de US$ 10 (aproximadamente R$ 53). A vacinação com apenas uma injeção permite em curto prazo imunizar maiores grupos da população e diminuir os picos epidemiológicos.
Sputnik V/Twitter
Imunizante em dose única pode proporcionar vacinação mais rápida e barata
A Sputnik Light é feita do primeiro componente (adenovírus humano recombinante sorotipo 26 (Ad26)) da vacina Sputnik V, que foi o primeiro imunizante a ser registrado no mundo contra o coronavírus.
Até 5 de maio, mais de 20 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas com o primeiro componente da Sputnik V em todo o mundo. Ao mesmo tempo, não houve casos de trombose venosa cerebral (TVC). A produção do primeiro componente atende aos padrões mais rígidos com um procedimento de limpeza completo e quatro estágios de filtração (dois estágios cromatográficos e dois estágios de filtração tangencial).
A vacina Sputnik Light foi criada com base na plataforma estudada e testada de vetores adenovirais humanos, cujas vantagens importantes são a segurança, a eficácia e a ausência de consequências negativas de longo prazo, confirmadas em mais de 250 estudos clínicos conduzidos no mundo ao longo de duas décadas (sendo que o uso de adenovírus nas vacinas humanas começou em 1953).
Já a Sputnik V tem eficácia de 91,6%. A vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya já é usada em dezenas de países no regime de duas doses, porém ainda não recebeu autorização no Brasil.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou um pedido de nove estados para comprar a Sputnik V, alegando presença de adenovírus replicante na fórmula e falta de documentos essenciais, inclusive de controle de qualidade.
(*) Com Ansa e Spunik News.