A Bélgica reportou nesta sexta-feira (26/11) o primeiro caso da variante B.1.1.529 da covid-19 na Europa. A informação foi confirmada pelo ministro belga da Saúde, Frank Vandenbroucke, em coletiva de imprensa.
A variante foi detectada pela primeira vez na África do Sul e reúne dezenas de mutações na proteína Spike, espécie de coroa de espinhos que reveste o Sars-CoV-2 e é usada pelo vírus para atacar as células humanas.
A pessoa infectada é uma mulher adulta que desenvolveu sintomas da covid 11 dias depois de ter voltado do Egito através da Turquia, segundo a mídia local. Ela não estaria vacinada nem havia contraído a doença no passado.
A paciente também não passou por países do sul da África, o que pode indicar que a variante já circula pelo norte do continente.
Em seu perfil no Twitter, a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que vai propor a suspensão dos voos provenientes do sul do continente africano, medida já adotada por Israel, que detectou seu primeiro caso em um cidadão recém-chegado do Malauí, também nesta sexta, e pela Itália.
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Ministro da Saúde da Bélgica, Frank Vandenbroucke, confirmou a detecção da variante em coletiva de imprensa
No caso italiano, a proibição atinge todos os viajantes que tenham transitado por África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbábue nos 14 dias anteriores à chegada.
“Nossos cientistas estão trabalhando para estudar a nova variante B.1.1.529. Enquanto isso, vamos nos manter no caminho da máxima precaução”, disse o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza.
A variante surgiu em uma região com baixos índices de vacinação contra a covid-19 devido à distribuição desigual de imunizantes pelo mundo. Enquanto a UE tem 67% de sua população totalmente vacinada, esse índice é de apenas 7% na África, segundo o portal Our World in Data.
Ainda não se sabe, no entanto, se a B.1.1.529 consegue escapar da imunidade gerada pelas vacinas, que se baseiam em sua maioria justamente na proteína Spike, onde se concentram as mutações da variante.
A Pfizer disse ao jornal italiano Ansa nesta sexta-feira que levaria cerca de 100 dias para produzir uma vacina sob medida para uma variante que escape ao imunizante atualmente em circulação.
(*) Com Ansa.