A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira (26/11) como “variante de preocupação” (VOC, na sigla em inglês) a mutação B.1.1.529 do novo coronavírus identificada na África, decidindo chamá-la de Omicron.
A divulgação do nome técnico foi feita após uma reunião de urgência na sede da entidade em Genebra, na Suíça, convocada pelo grupo de trabalho sobre a covid-19 da OMS. Classificar a nova mutação como uma VOC é uma medida de alerta sobre os possíveis efeitos que a cepa pode ter sobre o curso da pandemia.
Registros indicam que a B.1.1.529 foi relatada pela primeira vez em Botsuana, no sul da África, na quarta-feira (24/11). “Esta variante tem um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”, disse a OMS em comunicado.
De acordo com a entidade sanitária, de forma preliminar, a variante apresenta um risco maior de reinfecção, em comparação com outros VOCs.
Em resposta a nova detecção, a União Europeia está pedindo a suspensão imediata de todo o tráfego aéreo para países do sul da África. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou restrições de voos e de viajantes vindos de nações do continente africano, incluindo África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
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Segundo a OMS, apenas 27% dos trabalhadores de saúde da África estão imunizados contra a covid-19
No entanto, a OMS desaconselhou a suspensão de viagens, afirmando que recomenda cautela e medidas de restrição “baseadas em riscos e em estudos científicos”.
Além disso, a organização informou que “apenas 27% dos trabalhadores de saúde da África, ou um entre quatro, estão completamente vacinados contra o coronavírus” e que “a maioria dos profissionais do continente africano na linha de frente do combate à doença continuam desprotegidos”.
Atualmente, são consideradas variantes de preocupação a Alfa (B.1.1.7), do Reino Unido, a Beta (B.1.351), da África do Sul, a Delta (B.1.617.2), da Índia, a Gama (P.1), do Brasil, e a B.1.1.529, de Botsuana.
(*) Com Ansa.