A Europa registrará “níveis elevados” de covid-19 neste verão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade pediu, nesta quinta-feira (30/06), um maior monitoramento do vírus após o número de infecções diárias triplicar em um mês no continente.
“Como os países da Europa suspenderam as medidas sociais em vigor, o vírus circulará em altos níveis durante o verão [no hemisfério norte]”, disse Hans Kluge, diretor da organização da ONU para a Europa. “O vírus não desaparecerá apenas porque os países pararam de monitorá-lo. Ele continua a contaminar, mudar e a matar”, destacou o representante da OMS em um comunicado.
A subvariante BA.5 da ômicron, mais contagiosa, fez o número de infecções registradas nos 53 países da OMS Europa chegar a 500.000 diárias, nesta semana. No final de maio, o continente registrava 150.000 contaminações por dia, segundo dados da organização.
O número de mortos, por enquanto, ainda não evoluiu, e está em torno de cerca de 500 óbitos por dia, equivalente ao verão de 2020. No inverno, o número de mortos chegou a oscilar entre 4 e 5 mil por dia.
Quase todos os países europeus registram um aumento nas infecções, lembra a organização. “Esperamos que os programas de vacinação na maioria dos estados-membros e as infecções anteriores bastem para evitaremos as consequências mais graves do início da pandemia”, disse Kluge.
“No entanto, nossas recomendações permanecem em vigor”, acrescentou Kluge, enfatizando a importância de continuar monitorando o vírus. Caso contrário, “teremos cada vez menos informações em relação às formas de contágio e [sua] evolução”, destacou o especialista.
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Hans Kluge, diretor da Organização Mundial da Saúde para a Europa, que emitiu comunicado
FDA pede atualização de vacinas contra BA.4 e BA.5
A FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (30/06) aos laboratórios que as vacinas de reforço contra o coronavírus, no segundo semestre, deveriam incluir elementos voltados para proteger a população das subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron.
Um comitê de especialistas convidados pela agência para analisar a questão se pronunciou na última terça-feira a favor de uma atualização das vacinas desenvolvidas para a variante ômicron. A maioria deles considerou que as cepas mais recentes deveriam ser o alvo para evitar a produção de imunizantes obsoletos, que não acompanham a rápida evolução do vírus.
Além disso, essas vacinas precisariam ter componentes voltados para a cepa original do vírus, de forma a aumentar o alcance da resposta imunológica. As subvariantes BA.4 e BA.5, que são mais transmissíveis e conseguem escapar mais facilmente das defesas do sistema imunológico humano, representam agora mais de 52% dos casos nos Estados Unidos, segundo dados oficiais.
Os laboratórios Pfizer e Moderna, que produzem vacinas contra a covid-19 a base de RNA mensageiro, vêm desenvolvendo e testando imunizantes contra a BA.1, a primeira cepa da ômicron. Representantes das duas companhias assinalaram na reunião do comitê que levariam cerca de três meses para produzir vacinas contra BA.4 e BA.5 em larga escala.
A Pfizer publicou resultados preliminares que mostram que sua vacina contra as subvariantes BA.4 e BA.5 provocou forte produção de anticorpos em ratos, mas os testes em humanos ainda não começaram.
Por sua vez, a Novavax, que fabrica uma vacina com partes do vírus, assinalou que poderia oferecer um imunizante para as subvariantes BA.4 e BA.5 até o fim deste ano. A FDA acrescentou que as primeiras doses aplicadas em um indivíduo não vacinado continuariam sendo as que visam a primeira cepa surgida em Wuhan, na China.