A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira (09/06) que mesmo os casos assintomáticos de coronavírus podem transmitir a doença para outras pessoas. A organização disse apenas que não sabe a taxa de contágio nestes casos.
“Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.
O esclarecimento da organização ocorre após a chefe do programa de emergências, Maria van Kerkhove, afirmar que a transmissão da covid-19 por pacientes sem sintomas parece ser “rara”.
Com a repercussão de sua fala, van Kerkhove voltou a se pronunciar nesta terça para prestar esclarecimentos. “A maioria das transmissões que conhecemos ocorre por pessoas com sintomas que transmitem o vírus a outras pessoas por meio de gotículas infectadas. Mas há um subconjunto de pessoas que não desenvolvem sintomas”, explicou.
Neste caso, é preciso diferenciar assintomáticos de pré-sintomáticos: no primeiro caso, a pessoa não desenvolve nenhum sintoma enquanto a infecção está presente; no segundo, a pessoa ainda não desenvolveu sintomas, mas isso irá acontecer. No segundo caso, acontece transmissão do vírus; no primeiro, é o que a OMS disse ontem ser “raro”.
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OMS confirmou que assintomáticos transmitem vírus
“Acho que é um mal entendido afirmar que uma transmissão assintomática globalmente é muito rara, sendo que eu estava me referindo a um subconjunto de estudos. Também me referi a alguns dados que ainda não foram publicados, e essas são as informações que recebemos de nossos Estados-Membros”, continuou.
Reabertura
Nesta terça-feira (09/06), Jair Bolsonaro distorceu a declaração dada por Maria van Kerkhove para forçar a reabertura econômica do país. O presidente também voltou a falar em “pânico” causado pelo coronavírus que, segundo ele, “começa a se dissipar”.
“Ontem a OMS também disse que a transmissão de pessoas assintomáticas é praticamente zero. Muitas lições serão tomadas. Isso pode sinalizar a uma abertura mais rápida e do comércio e a extinção de medidas mais rígidas autorizadas pelo STF e por prefeitos e governos estaduais. O governo federal não participou disso. Vai ter muita discussão”, disse, durante reunião do conselho de ministros em Brasília.