O Grupo de Puebla rechaçou na terça-feira (08/10) a repressão das forças de segurança do Equador contra os manifestantes que protestam pela derrubada do pacote econômico anunciado pelo presidente Lenín Moreno. Em nota, o grupo pediu que organizações internacionais “condenem” as perseguições políticas que estão ocorrendo no país.
“Há alguns dias, testemunhamos como o governo de Lenín Moreno anunciou fortes medidas trabalhistas de ajuste e flexibilidade que imediatamente provocaram reação popular e uma série de manifestações de cidadania em massa, insatisfeitas com as políticas de regressão de direitos e com impacto social negativo.”, afirma o texto.
O Grupo de Puebla reúne 30 líderes progressistas de 12 países da América Latina. O documento é assinado por personalidades como o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
O texto ainda condenou o “uso abusivo da força pelo governo Moreno em resposta aos protestos sociais” e pediu que organizações internacionais e governos democráticos prestem “máxima atenção à perseguição política no Equador”.
FFAAEcuador/ Reprodução
Grupo de Puebla rechaçou a repressão das forças de segurança do Equador contra os manifestantes
Leia nota na íntegra:
Antes os últimos acontecimentos ocorridos na República do Equador, as graves violações aos direitos humanos e às normas básicas da democracia e do Estado de Direito, desde o Grupo de Puebla queremos expressar nossa profunda preocupação e instamos aos organismos internacionais a observar e condenar aqueles atos repressivos como resposta aos protestos sociais.
Da mesma forma, condenamos qualquer ato de repressão e perseguição aos líderes da oposição; repressão excessiva dos protestos sociais e perseguição aos expoentes da oposição.
Há alguns dias, testemunhamos como o governo de Lenín Moreno anunciou fortes medidas trabalhistas de ajuste e flexibilidade que imediatamente provocaram reação popular e uma série de manifestações de cidadania em massa, insatisfeitas com as políticas de regressão de direitos e com impacto social negativo.
Oficialmente, foram reportados mais de 500 detidos – entre líderes políticos, sociais, de assembléia, prefeitos e indígenas – além da perseguição preocupante e contínua contra os líderes da Revolução Cidadã.
Finalmente, e diante desse novo ataque à democracia, ao Estado de Direito e ao uso excessivo da força e à repressão policial e militar, o Grupo de Puebla – que reúne líderes políticos, homens e mulheres, de 12 nações da América Latina – insta as organizações internacionais e os governos democráticos a prestarem a máxima atenção à perseguição política no Equador e a condenar – com firmeza – o uso abusivo da força pelo governo Moreno em resposta a protestos sociais.
Grupo de Puebla, 8 de outubro de 2019.
Celso Amorim
Marco Enríqiuez-Ominami
Guillaume Long
Fernando Lugo
Jorge Enrique Taiana
Carlos Ominami
Fernando Haddad
Daniel Martinez
Aloizio Mercadante
Camilo Lagos
Gabriela Rivadeneira
Karol Cariola
Carol Proner
Esperanza Martínez