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Crônica

Lian Tai: Não se nasce chata, torna-se chata; ou melhor: somos tornadas

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Mas a gente insiste em ser chata, reclamona e criar situações desnecessárias; por que não falar com jeitinho, se o homem está aprendendo, enquanto você parece ter nascido sabendo?

Lian Tai

Ubatuba (Brasil)
2020-03-08T17:28:05.000Z

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Nós, mulheres, somos chatas. A maioria de nós até já foi legal um dia. Não tanto quanto os homens, claro, que sempre puderam ser simpáticos na rua, cumprimentar, olhar no olho e sorrir. Quando a gente tentava isso, muitas vezes recebia um olhar tarado em troca, afinal, se sorríamos, só podíamos estar dando mole. Mas até que já fomos legais, antes de sermos tão chatas.

Porém muitas de nós se juntaram a homens, esses seres quase sempre tão legais. Muitas de nós tiveram filhos com esses homens. E depois, talvez por contraste, fomos nos tornando tão tão chatas. Podíamos reclamar menos, mesmo dormindo pouco, comendo com pressa, vivendo com urgência. Podíamos entender que o homem às vezes precisa de um tempo pra sentar e respirar, mesmo que a gente não tenha mais ideia do que seja isso. Podíamos respeitar o banho do homem, que é rapidinho, mesmo que a gente esteja desde ontem sem tomar banho, porque às vezes não dá mesmo.

Mas a gente insiste em ser chata, reclamona e criar situações desnecessárias. Por que não falar com jeitinho, se o homem está aprendendo, enquanto você parece ter nascido sabendo? Afinal, nós mulheres somos mais precoces, temos instinto materno, fomos feitas assim pela natureza, né? Alguns poucos homens têm até muita boa-vontade, é só você dizer o que ele tem que fazer, que eles obedecem. Te chamam até de patroa. Você só precisa administrar tudo: o dia da vacina, do pediatra, a lista de compras, de afazeres, o calendário. Ele cuida do resto.


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Catarina Barbosa/Brasil de Fato
Mulheres marcham nas ruas de Belém, no Pará

E a gente, chatona aqui, achando que ele tem que ler seu pensamento e saber que, se você chega em casa faminta e vai botar a cria para dormir, ele tem que adivinhar e esquentar a comida enquanto isso. Nem dez minutos pra descansar e olhar o Instagram ele pode ter, coitado. É obrigado a saber que o bebê pode dormir meia hora ou cinco minutos ou nada, e se a mulher ainda for esquentar a comida, ela pode simplesmente não conseguir comer? Pra que lembrá-lo cem vezes de limpar o trocador do bebê, se ele já sabe que tem que limpar e vai fazer no tempo dele? Os cocôs e xixis da criança sempre podem esperar.

Aliás, pra que pedir e reclamar tanto, se você pode simplesmente fazer tudo? Conheço mulheres assim, são muito mais legais do que eu e você, quase tão legais quanto os homens. É mais fácil eu mesma fazer do que ficar pedindo e desgastando o relacionamento - dizem, enquanto catam as meias do homem pela casa. Mas o tal do feminismo nos tornou chatas, chatérrimas. Tive uma amiga que passou a odiar o feminismo quando se tornou mãe, porque o feminismo a fazia odiar o marido.

E, cá entre nós, mulheres chatas, o homem já tem tantas preocupações, que, se a gente ficar sendo tão chata, ele pode não aguentar a pressão. E a gente, a gente tem que aguentar de qualquer jeito, aguentando ou não.

Aí um dia a gente se pergunta como foi se tornar tão chata. Já fomos mais legais, juro, e agora até a gente nem se suporta direito. Já gostamos mais de nós mesmas, né?

Nós, mulheres, somos chatas. Nós, mulheres, somos muito chatas. Mas, olha, parodiando Simone, te garanto que: não se nasce chata, torna-se chata. Ou melhor: somos tornadas.

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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