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Cultura

Cuba virou referência por cultivar cultura e arte como estilo de vida, diz professor cubano da USP

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Leo Brouwer, Alicia Alonso, Carlos Acosta: exemplos de renomados artistas mostram perspectiva multicultural de sociedade cubana, diz Felipe Chibás

Dodô Calixto

2015-08-16T09:00:00.000Z

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Cuba Debate

Para Felipe Chibás, Leo Brouwer (foto) é um dos artistas que representam a potencialidade multicultural de Cuba

Como resultado do embate com os EUA, Cuba costuma ser analisada pela comunidade internacional como um fenômeno político e econômico. No entanto, existe uma outra perspectiva, tão importante quanto, pouco discutida: a Cuba multicultural e multiétnica, que produz cultura intensamente. Essa é a análise do cubano Felipe Chibás Ortiz, professor de comunicação digital na ECA-USP e Mackenzie.

"Mesmo com o bloqueio, Cuba conseguiu se estabelecer como um país cultural, superando barreiras e, sobretudo, nutrindo um renascimento interno da cultura dentro do coração de cada cidadão. Não apenas como um fenômeno comercial, Cuba cultivou a cultura e arte como um estilo de vida, investindo nesse sentido. Isso permitiu, para citar um exemplo, que a escola cubana de balé seja a maior do mundo - são mais de 4.000 alunos. A escola cubana de pintura é famosa no mundo inteiro, como nomes importantes. A literatura e a música entre outros movimentos também têm reconhecimento internacional", analisa.

Chibás, que vive no Brasil há mais de 10 anos, aponta o violinista Leo Brouwer como exemplo de como a cultura cubana vai além de fronteiras do debate econômico e político. A razão principal para a intensa manifestação artística, afirma Chibás, é que Cuba "nutre e cultiva a raiz e a identidade do seu povo". "Existem festivais internacionais de violão com o nome de Leo Brouwer. Temos também a literatura e as artes plásticas, que são internacionalmente conhecidas. Temos Alicia Alonso, uma relíquia cubana, que com mais de 90 anos é reconhecida como prima bailarina assoluta - prêmio máximo de honra no balé internacional. O exemplo de Alicia é interessante, pois ela uniu características do balé norte-americano com o balé russo. O resultado não foi uma soma dos dois. Ela o transformou dentro da raiz e da identidade cubana - que é marca da produção cultural do país -, fazendo com que o nosso balé seja um dos mais reconhecidos do mundo", afirma.

"Outra relação importante sobre a cultura cubana é que não existe discriminação. Em Cuba, vocês vão conhecer dançarinos de balé negros, mulatos e também brancos. É interessante conhecermos esse outro lado. O cubano Carlos Acosta, um dos maiores bailarinos do mundo, é mulato. Ele, uma estrela mundial do balé, não é exceção, pois somos um país multiétnico e multicultural. Então, temos brancos, negros, orientais e todos estão representados nessas manifestações artísticas. É uma fronteira de expansão cultural que permite as pessaos a ter esse outro lado. Muitas vezes não se conhece, mas Cuba é isso também", completa.

Reaproximação com EUA

Para Chibás, a reaproximação diplomática entre EUA e Cuba é uma "grande incógnita". É uma questão em aberto que pode de fato modificar as peculiaridades da produção cultural de Havana. No entanto, destaca que a autoestima cubana e o alto padrão educacional da população podem frear uma invasão da indústria cultural no país.

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Felipe Chibás: Cuba é referência mundial em produção cultural


"O que me chama atenção é que sempre durante esse processo de conflito entre os dois países nunca se proibiu Cuba a exibição de filmes norte-americanos, como aconteceu em outros países de formato socialista. Em Cuba, se acompanha o Oscar, por exemplo, e sempre se acompanhou essa parte da cultura pop em Cuba. Evidentemente que a influência dos EUA, como país e como identidade e como cutura, é muito forte. Tudo chegará de uma vez: redes de restaurante fast-food, empresas de cartões de crédito, redes hoteleiras. Será um 'boom' e não sabemos como isso irá evoluir. No entanto, Cuba tem um povo com muita educação. E tem esse lado multicultural, que entende o mundo e valoriza aquilo que é próprio, ou seja, a identidade cubana e a sua autoestima. Portanto, na minha opinião, mesmo com a reaproximação, existem mais chances que a vida continue do que se fosse de outra maneira", analisa.

Lançamento de livro

Como fruto de pesquisa da perspectiva multicultural cubana, Felipe Chibás coleciona em seu trabalho livros de poemas, e obras sobre criatividade e inovação. Em sequência do trabalho, ele lançou na última quarta-feira (12/08) na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi o livro ''Gestão da Educação a Distância': comunicação, desafios e estratégias (Atlas, 304 págs, R$75,00).

"Como montar uma equipe digital e motivar os alunos por meio das plataformas digitais, games, etc. Esse é o cenário do livro. Hoje é importante fazer reflexões de como facilitar com as tecnologias o conhecimento para as pessoas mais simples e também para o mundo coorporativo", diz.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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