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Cultura

Seu privilégio tem o mesmo tamanho do seu preconceito

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Vai, curintia! Este é um diálogo fictício com alguém que não é da minha bolha

Ludmilla Balduino

Goiânia (Brasil)
2019-08-12T16:04:00.000Z

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Vai, curintia! Este é um diálogo fictício com alguém que não é da minha bolha.

Fala, Lud!

Oi, tudo bem?

Suaave… e tu?

Tô ótima, obrigada. Só aconteceu uma coisa bizarra agora, uma coisa na qual já estou questionando e pretendo não repetir o sentimento.

Que isso! Que que houve? Você se acidentou? É grave? Sua mãe tá doente?

Hahaha, não. É que agora são exatamente 12h30 e eu acabei de ver um homem de meia-idade vestindo uma camisa e um boné do Corinthians. Era um senhor branco, mas tava bem chavoso. Passou por mim de bicicleta, o vi de longe. Seu braço esquerdo estava posicionado embaixo do braço direito, como se estivesse dando um abraço em si mesmo, e a mão esquerda na altura do dorso direito, onde está o rim direito. E a mão direita no guidom.

Ah, é, não tá sabendo? Corinthians ganhou ontem do Palmeiras de lavada. Uma goleada forte, mano. Deixou os porco no chineloooo!

Ah, tá. Não tava sabendo. Enfim. Por um segundo, minha mente imaginou que ele estivesse sacando uma arma. E era mínima a possibilidade de essa cena ser verdade, já que era a hora mais clara do dia, e eu estava numa avenida movimentada, no ponto esperando o ônibus com mais um monte de gente, incluindo senhorinhas de cabelos brancos e crianças que haviam acabado de sair da escola.

Nossa, Luds, você viaja, hein.

Não é viagem. Sou brasileira, e aqui no Brasil o que a gente mais escuta é história assombrosa sobre crimes. Sou mulher brasileira, e nós somos bombardeadas com histórias assombrosas de violências de todo o tipo contra a mulher, e nós mulheres brasileiras, que passamos por essas situações machistas criminosas quase que diariamente (toda mulher brasileira tem uma história de ter sentido medo de algum homem em algum momento da vida). Sou mulher brasileira branca de classe média, ou seja, cresci escutando histórias de gente criminosa que usava esse tipo de roupa. Principalmente as histórias que mostram na TV.

E?

E daí que tive medo dele porque ele era diferente. Não faz parte do meu círculo social, ele está excluído do meu círculo. Além disso, o preconceito surge pelo medo do diferente. Isso quer dizer que nosso privilégio tem o mesmo tamanho do nosso preconceito. E que, para eliminar os preconceitos da rotina e viver em paz, com serenidade e sem medo, é preciso, antes de tudo, reconhecer os nossos privilégios. Quando reconhecemos nossos privilégios, enxergamos com mais clareza nossos preconceitos. Ainda estou aprendendo. Falta muito. É difícil desconstruir e questionar todos esses anos de bombardeio social em que vivemos. Mas pelo menos reconheci o meu medo, neste caso. É um passo e me fez questionar ainda mais. Questiono por amor, não por me sentir inferior ou me sentir um lixo. Questiono porque quero que nos sintamos sempre iguais.

Entendi! Mas e aí? O cara tava armando ou nem?

Que nada. Ele só estava se coçando de um jeito espreguiçante.

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Política e Economia

Tribunal Constitucional da Bolívia rejeita recurso de Jeanine Áñez

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Ex-presidente autoproclamada do país também é julgada por suas ações como segunda vice-presidente da Câmara Alta boliviana, que contribuíram para que assumisse o governo de forma irregular em 2019

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-05-27T17:53:36.000Z

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O Tribunal Constitucional da Bolívia (TCB) rejeitou, na última quinta-feira (26/05), um recurso de inconstitucionalidade apresentado pela defesa de Jeanine Áñez em um dos casos em que está sendo julgada. A informação foi anunciada pelo ministro da Justiça boliviano, Iván Lima.

A ex-presidente autoproclamada do país está presa desde março de 2021, acusada de crimes de conspiração, terrorismo e sedição por sua participação nas ações que forçaram a renúncia do ex-mandatário Evo Morales em 2019.

Além disso, Áñez ainda é réu em outro caso, chamado "Golpe de Estado II", acusada de violar deveres e resoluções contrárias à Constituição. A defesa da ex-senadora entrou com um recurso, em uma audiência no dia 29 de abril, apontando inconstitucionalidade na acusação, tese que foi rejeitada pelo TCB.

O Tribunal de Sentença do país havia suspendido a audiência do segundo julgamento contra Áñez no início de maio, enquanto esperava um pronunciamento do tribunal, e no dia 12 de maio o Primeiro Juízo de Sentença Anticorrupção de La Paz decidiu não promover a ação de inconstitucionalidade apresentada por Áñez.

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Jeanine Áñez responde à acusações referentes a suas ações enquanto ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara Alta

Na última quarta-feira (25/05), a defesa da ex-presidente autoproclamada chegou a declarar que o recurso havia sido admitido "em parte", mas o ministro Lima informou que o documento foi rejeitado. 

De acordo com o períodico El Deber, o ministro da Justiça afirmou que a ação não cumpriu os “requisitos necessários para uma análise e pronunciamento substanciais” da corte por não oferecer uma “base jurídico-constitucional que exponha de forma concreta a contradição das normas constitucionais invocadas".

"O Tribunal Constitucional já notificou que a ação específica de inconstitucionalidade apresentada pela defesa da senhora Áñez em relação aos crimes pelos quais ela está sendo julgada foi rejeitada pela Comissão de Admissão do Tribunal", afirmou Lima durante uma coletiva de imprensa.

Iván Lima também explicou, durante a coletiva, que com a decisão do Tribunal Constitucional, o Primeiro Tribunal de Justiça Anticorrupção de La Paz pode restabelecer um julgamento contra Áñez e pronunciar uma sentença.

(*) Com Telesur e ABI.

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