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Cultura

Como está a qualidade do sono que você anda perdendo para o Bolsonaro?

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Se tem uma expressão boa de 2019 que todo mundo anda usando é 'auto-cuidado'; dormir bem é uma realização do auto-cuidado

Ludmilla Balduino

Goiânia (Brasil)
2019-09-25T20:30:00.000Z

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Estou de volta a São Paulo. Para trabalhar por um mês.

E foi aqui, de volta à cidade depois de dois anos longe, que eu acordei cansada.

Claro que fiquei bem cansada nos últimos anos. É que participei de um programa denominado por mim de PSI (Período Sabático Indeterminado). Eu me cansava, muito, mas a minha qualidade de sono era boa o suficiente para acordar descansada no dia seguinte.

Eu acordava com preguiça. Acordava cedinho sempre, com vontade de ficar na cama, despertando aos poucos, lendo as notícias ruins nos jornais e vendo as notícias boas no Instagram dos amigos que estão longe.

Aí levantava. Passava um café forte, preto, cheiroso. Fazia minha panqueca com frutas e mel. Comer com tempo. Pensando nos sonhos que tive. Pensando nos sonhos que perduram. Para aí sim, sem hora marcada, começar a trabalhar. 

Assim era a rotina do meu PSI. Independente se era segunda, sábado ou que horas eram. 

Eu era uma trabalhadora perfeita. 

Porque eu dormia bem.

Porque eu trabalhava plantando coisas.

Porque eu trabalhava escrevendo.

Porque eu trabalhava criando coisas com a mão.

Porque eu trabalhava aprendendo novos movimentos do meu corpo, e eu não tinha ideia de que meu corpo era capaz de tantas coisas.

Porque eu trabalhava o meu psicológico, os meus traumas, as ansiedades, as depressões. As questões familiares, os envolvimentos amorosos, minhas relações com outros seres, com a natureza, com o que é sombra, com as coisas tristes, com a maldade e com os comportamentos antiéticos que também fazem parte de mim.

Passava o dia inteiro trabalhando e, de repente, plaf, dormia o sono mais revigorante que alguém pode ter.

Isso acontecia todo dia.

E só porque eu não tinha hora para acordar, acordava bem cedo.

Em São Paulo, eu acordo querendo dormir mais um pouco. Não lembrava dessa sensação, tão comum a quem vive aqui. A sensação de um insuficiente período de descanso, que deixa a gente meio avoado, meio sem pé no chão, meio no automático, meio humano, meio máquina.

Sob essa condição, a gente deixa de agir por conta própria. O cérebro está confuso, não descansou o suficiente. E, em vez de sermos os trabalhadores perfeitos, nos tornamos os empregados ideais: não temos força para questionar, não conseguimos encontrar as palavras para argumentar, não queremos mais do que cumprir as tarefas básicas, para que o dia passe logo e talvez tenhamos uma nova chance de descansar depois de literalmente correr no caminho de retorno à casa.

A gente precisa de sono. Sentir o corpo relaxar. Aliviar cada músculo e cada pensamento. Enrijecer sem estar tenso. Endurecer com suavidade. Atento e forte. 

Isso é dormir.

Dormir. Atividade ingrata, desvalorizada pelo capitalismo, que nos quer despertos para consumir, imitar, produzir.

Dormir, ter uma boa noite de sono, sem preocupações, sem ruídos externos e na segurança de um lar, seja como for o seu lar: isso é coisa de privilegiado.

Você tem condições de ter uma boa noite de sono? Aproveite. Porque a revolução não será feita por pessoas cansadas.

Então descanse. Porque eles também querem você cansado, desorientado, chateado, triste, birrento, chorão, como os bebês que lutam contra o sono.

Se tem algo que não devemos lutar contra, é o sono.

Um sono revigorante, inspirador, faz a gente despertar mais criativa, mais amorosa, com mais vocabulário, mais centrada, mais ativa, mais calma, mais desperta. Pessoas prontas para encarar os monstros da rotina.

Sonhar nos leva para outro mundo, nos transporta para realidades alternativas, que só por serem parte desse mundo onírico, não quer dizer que não fazem parte desse mundo.

É sonhando que criamos mundo possíveis. Mundos de maior conexão amorosa, mais consciência, mais integração, mais humanidade.

A partir daí, vivendo em São Paulo e longe do privilégio de passar por um PSI, vale qualquer artifício para dormir com qualidade: ir para a cama cedo, tomar chá, tomar banho, fazer qualquer ritual noturno, como escovar os dentes e levar um copo de água para o lado da cama, não ligar aparelhos eletrônicos, ou fazer qualquer coisa que seja extremamente relaxante. E não se julgue. Nunca.

Aliás, se tem uma expressão boa de 2019 que todo mundo anda usando é “auto-cuidado”. Dormir bem é uma realização do auto-cuidado.

Que você tenha boas noites. Para também ter bons dias. E seguimos.

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Política e Economia

Tribunal Constitucional da Bolívia rejeita recurso de Jeanine Áñez

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Ex-presidente autoproclamada do país também é julgada por suas ações como segunda vice-presidente da Câmara Alta boliviana, que contribuíram para que assumisse o governo de forma irregular em 2019

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-05-27T17:53:36.000Z

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O Tribunal Constitucional da Bolívia (TCB) rejeitou, na última quinta-feira (26/05), um recurso de inconstitucionalidade apresentado pela defesa de Jeanine Áñez em um dos casos em que está sendo julgada. A informação foi anunciada pelo ministro da Justiça boliviano, Iván Lima.

A ex-presidente autoproclamada do país está presa desde março de 2021, acusada de crimes de conspiração, terrorismo e sedição por sua participação nas ações que forçaram a renúncia do ex-mandatário Evo Morales em 2019.

Além disso, Áñez ainda é réu em outro caso, chamado "Golpe de Estado II", acusada de violar deveres e resoluções contrárias à Constituição. A defesa da ex-senadora entrou com um recurso, em uma audiência no dia 29 de abril, apontando inconstitucionalidade na acusação, tese que foi rejeitada pelo TCB.

O Tribunal de Sentença do país havia suspendido a audiência do segundo julgamento contra Áñez no início de maio, enquanto esperava um pronunciamento do tribunal, e no dia 12 de maio o Primeiro Juízo de Sentença Anticorrupção de La Paz decidiu não promover a ação de inconstitucionalidade apresentada por Áñez.

Ficklr
Jeanine Áñez responde à acusações referentes a suas ações enquanto ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara Alta

Na última quarta-feira (25/05), a defesa da ex-presidente autoproclamada chegou a declarar que o recurso havia sido admitido "em parte", mas o ministro Lima informou que o documento foi rejeitado. 

De acordo com o períodico El Deber, o ministro da Justiça afirmou que a ação não cumpriu os “requisitos necessários para uma análise e pronunciamento substanciais” da corte por não oferecer uma “base jurídico-constitucional que exponha de forma concreta a contradição das normas constitucionais invocadas".

"O Tribunal Constitucional já notificou que a ação específica de inconstitucionalidade apresentada pela defesa da senhora Áñez em relação aos crimes pelos quais ela está sendo julgada foi rejeitada pela Comissão de Admissão do Tribunal", afirmou Lima durante uma coletiva de imprensa.

Iván Lima também explicou, durante a coletiva, que com a decisão do Tribunal Constitucional, o Primeiro Tribunal de Justiça Anticorrupção de La Paz pode restabelecer um julgamento contra Áñez e pronunciar uma sentença.

(*) Com Telesur e ABI.

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