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Cultura

300 verbetes para pensar a cultura

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Uma resenha do livro Teoria Cultural de A a Z, que reúne definições para pensar conceito difícil de definir

Haroldo Ceravolo Sereza

São Paulo (Brasil)
2021-04-06T15:30:00.000Z

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Todo domingo, o leitor do jornal O Estado de S. Paulo recebe este caderno chamado “Cultura”. E pode, então, se ocupar com textos sobre livros, música, cinema, história, política, artes visuais, antropologia, etc. 

A cada semana, ele muda um pouco – mas, na capa, vem sempre a mesma palavra: “Cultura”, em letras grandes e vermelhas. 

O que é cultura, afinal? 

Segundo Teoria Cultural de A a Z (Contexto), cultura não é uma palavra de fácil definição, sobretudo porque pode ter diferentes significados em diferentes contextos. 

A obra, organizada por Andrew Edgar e Peter Sedgwick, procura explicar um dos sentidos do conceito “que está no centro dos estudos culturais” e que “evita a preocupação exclusiva com a ‘alta’ cultura”, procurando reconhecer “que todos os seres humanos vivem num mundo criado por eles mesmos, e onde encontram significado”. 

Como obra de referência, esse dicionário procura cobrir, centralmente, os conceitos que usados nas discussões que a teoria cultural despertou e retomou. 

São cerca de 300 verbetes, de “absurdo (teatro do)” a  “visão de mundo”, passando por “fala”, “papel” e “ritual”, entre outros. Muitos dos conceitos que ganharam verbetes foram trabalhados por outras correntes de pensamento, mas acabaram integrando o discurso da teoria cultural. 

Pixabay
Cultura não é uma palavra de fácil definição, sobretudo porque pode ter diferentes significados

É o caso, por exemplo, de “tipo ideal”, ou ideal-tipo, emprestado da sociologia weberiana: “Para Weber, um ideal-tipo era um modelo abstrato, usualmente de alguma instituição ou processo social. O ideal-tipo, portanto, tenta identificar e isolar as características-chave da instituição social. Ele guiará a pesquisa empírica, chamando a atenção para o tipo de características que os cientistas sociais deveriam procurar e documentar, e pode ser modificado à luz da pesquisa empírica (…). O ideal tipo é, portanto, “ideal”, no sentido de ser uma abstração”.

Tudo poderia ser mais simples se, em vez do caderno Cultura, sua leitura de domingo fosse um gibi? Ingenuidade, defende Teoria Cultural de A a Z, no verbete “história em quadrinhos”: “Cartuns, tiras e revistas de histórias em quadrinhos talvez tenham sido relativamente negligenciadas não apenas pela estética e pela crítica ortodoxa, como era de se esperar, mas também pelos estudos culturais (especialmente em comparação com a quantidade de atenção dada a outros aspectos da cultura popular, como a televisão e a música popular)”.

O verbete ainda defende, de modo um tanto truncado na versão brasileira, que os estudos culturais não devem deixar de lado “o interesse na história em quadrinhos. (...) como um texto complexo, que desenvolve sua narrativa por meio da combinação de imagens visuais e texto literário”. 

Depois do cachimbo de Magritte, um cachimbo nunca mais foi só um cachimbo.

(*) Texto originalmente publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 7 de dezembro de 2003.

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Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

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Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

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O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

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