A Academia de Cinema de Hollywood anunciou nesta quinta-feira (23/01) os indicados aos Oscar, maior premiação da Sétima Arte nos Estados Unidos, e o filme brasileiro Ainda Estou Aqui foi mencionado entre os finalistas em três categorias.
A obra do diretor Walter Salles concorrerá aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, pela performance de Fernanda Torres como Eunice Paiva, personagem que protagoniza o longa.
Na categoria Melhor Filme, o filme brasileiro disputará a estatueta com outros nove filmes: Anora, O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Nickel Boys, A Substância e Wicked.
Na disputa para Melhor Filme Internacional, a obra participa ao lado de Emilia Pérez, Flow, A Garota da Agulha e A Semente do Fruto Sagrado.
A atriz Fernanda Torres concorre o prêmio de Melhor Atriz contra Cynthia Erivo (Wicked), Demi Moore (A Substância), Karla Sofia Gascón (Emilia Pérez) e Mikey Madison (Anora).
Os vencedores do Oscar 2025 serão conhecidos em cerimônia marcada para acontecer no próximo dia 2 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Vale lembrar que a brasileira venceu o Globo de Ouro de 2025 na categoria Melhor Atriz de Drama, justamente por seu papel em Ainda Estou Aqui.
A película brasileira também foi indicado em outras premiações que, como o Globo de Ouro, são consideradas termômetros para o Oscar, incluindo o Bafta e o Critics Choice Awards.
Leia também:
‘Ainda estou aqui’, de Marcelo Rubens Paiva: estamos condenados a esquecer?
Tradutora de ‘Ainda Estou Aqui’ elogia Fernanda Torres: ‘brilharia até com as piores legendas’
Lula comemora vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro: ‘orgulho do Brasil’
‘Ainda estou aqui’ e a hipocrisia burguesa
Precedente em 1986
A indicação da obra ao Oscar na categoria Melhor Filme foi a que mais se destacou, já que nunca um filme 100% brasileiro esteve entre os finalistas do prêmio.
Há uma ressalva para o caso de O Beijo da Mulher Aranha, co-produção brasileira-estadunidense dirigida pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco e co-protagonizado pela atriz brasileira Sônia Braga, que disputou a categoria principal no Oscar de 1986 – foi derrotada na categoria principal pelo longa Entre Dois Amores, dirigido por Sydney Pollack e estrelado por Robert Redford e Maryl Streep.
A única estatueta conquistada por aquela obra foi na categoria de Melhor Ator, que ficou com o estadunidense William Hurt.

Longa protagonizado por Fernanda Torres concorrerá em três categorias nos Oscar 2025
Outras participações brasileiras no Oscar
O cinema brasileiro disputou outras cinco vezes o prêmio de Melhor Filme Internacional – na época em que a categoria se chamava Melhor Filme em Idioma Estrangeiro (ou seja, não inglês).
A primeira disputa foi em 1960, com Orfeu Negro, e terminou com vitória. Porém, como se tratava de uma co-produção entre Brasil, França e Itália, com um diretor francês (Marcel Camus), a Academia de Hollywood registra oficialmente a premiação como uma vitória francesa, mesmo se tratando de uma história totalmente baseada na peça teatral Orfeu da Conceição, do poeta e compositor brasileiro Vinícius de Moraes.
Os outros casos de brasileiros disputando o Oscar foram: O Pagador de Promessas (1963, perdeu contra o francês Les dimanches de Ville d’Avray), O Quatrilho (1996, perdeu contra o neerlandês Antonia), O Que é Isso, Companheiro? (1998, perdeu contra o neerlandês Caráter) e Central do Brasil (1999, perdeu contra o italiano A Vida é Bela).
No caso de Central do Brasil – outro longa dirigido por Walter Salles –, houve uma indicação para a categoria de Melhor Atriz, para Fernanda Montenegro, no papel da protagonista Dora. Ela perdeu a disputa contra a norte-americana Gwyneth Paltrow, por Sheakspeare Apaixonado. Vale lembrar que Montenegro também faz uma participação em Ainda Estou Aqui.
Em 2004, o longa Cidade de Deus concorreu em quatro categorias do Oscar: Melhor Diretor (Fernando Meirelles, perdeu para Peter Jackson por O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei), Melhor Fotografia (César Charlone, perdeu para Russell Boyd, por Mestre dos Mares), Melhor Edição (Daniel Rezende, perdeu para Jamie Selkirk, por O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei) e Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani, perdeu para Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens por O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei).
O último longa brasileiro a concorrer em uma categoria do Oscar foi O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, que disputou a categoria Melhor Animação na edição de 2016 (perdeu para Divertidamente).