Conselho Popular do BRICS debate nova agenda global e pautas ‘não-ocidentais’ às vésperas da cúpula no RJ
Com participação de movimentos sociais e pesquisadores, encontro prevê abordar propostas em diversas áreas e consolidar diálogo entre governo e sociedade, diz integrante do grupo
O Conselho Popular do BRICS de 2025 no Brasil, composto por sete grupos de trabalho, cada um com sua respectiva pauta, tem como objetivo aprofundar a cooperação entre os países do chamado “Sul Global”, ou seja, com “parâmetros não-ocidentais” para a promoção da educação, saúde, ecologia, cultura, finanças, segurança e institucionalidade. É o que explica a Opera Mundi a socióloga Rita Coitinho, que integra o Conselho Popular.
Os encontros antecedem a Cúpula de Líderes do BRICS no Rio de Janeiro, estando previstos para sexta-feira (04/07) e sábado (05/07), período em que serão sintetizadas todas as propostas alternativas criadas por movimentos populares e pesquisadores.
De acordo com Coitinho, trata-se da primeira vez que a entrega do documento final ocorrerá diretamente na cúpula de líderes.
“Temos já um documento robusto, com 90 páginas de recomendações aos líderes, produzido em sete grupos de trabalho que funcionam pela internet desde março. Nesse encontro vamos lançá-lo, além de aprofundar os debates. Será o momento de consolidar o Conselho Civil e ganhar visibilidade”, apontou.
“Como vamos poder entregar nossas recomendações aos líderes, esperamos poder contribuir com o avanço do bloco nas pautas populares e consolidar esse canal de diálogo governo-sociedade civil”, acrescentou.

Conselho Popular do BRICS de 2025 reúne sete grupos de trabalho que tem como objetivo levar propostas alternativas para líderes da cúpula
Divulgação/BRICS
Criado após debates no Fórum Civil de 2024, na Rússia, o Conselho Civil dos BRICS, batizado de “Conselho Popular”, foi oficializado durante a declaração de Kazan e, desde então, cada país-membro iniciou a formação de sua representação. Atualmente, o BRICS conta com 11 integrantes permanentes — incluindo Brasil, Rússia, China e África do Sul — e 10 nações parceiras, como Cuba, Vietnã e Nigéria, incorporadas em 2025.
Sob a Presidência brasileira, sete grupos de trabalho foram estabelecidos. Desta forma, a expectativa é de que os encontros na capital fluminense também definam novas estratégias para expandir o Conselho a todos os países-membros e ampliar o engajamento social nas próximas gestões do bloco.
A cúpula do BRICS, sediada pelo Brasil neste ano, ocorre no domingo (06/07) e na próxima segunda-feira (07/07), e espera-se que as pautas se voltem, em especial, para o clima e para as tensões geopolíticas, incluindo o tarifaço global imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além dos conflitos no Oriente Médio.