No BRICS, IA se torna alternativa de progresso tecnológico

A 17ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS iniciada neste domingo (06/07) marca o reconhecimento do bloco à Inteligência Artificial (IA) como uma oportunidade estratégica para impulsionar o progresso tecnológico e promover um futuro mais próspero, especialmente para as nações em desenvolvimento.

Durante o evento realizado no Rio de Janeiro, os membros do bloco lançaram a declaração dos líderes do BRICS sobre Governança Global da Inteligência Artificial, destacando a necessidade de uma abordagem equitativa e multilateral para lidar com os desafios e oportunidades trazidos por essas tecnologias emergentes.

O grupo enfatizou que a governança global da IA deve priorizar a mitigação de riscos, respeitar os marcos legais soberanos e garantir que todos os países tenham voz ativa e acesso às oportunidades proporcionadas por esse avanço tecnológico, incluindo os do Sul Global.

A declaração também defende a construção de confiança internacional, o fortalecimento da cooperação global e o desenvolvimento de capacidades técnicas nos países em desenvolvimento, com a Organização das Nações Unidas (ONU) desempenhando um papel central nesse processo.

A proposta do BRICS visa promover o uso, o desenvolvimento e a implantação responsáveis da IA, sempre em conformidade com os regulamentos nacionais, a Carta das Nações Unidas e os princípios de soberania estatal.

Os países do BRICS reconheceram a Inteligência Artificial (IA) como uma oportunidade estratégica para impulsionar o progresso tecnológico
Alexandre Brum/BRICS Brasil

Para os líderes do bloco, uma governança inclusiva e baseada em valores compartilhados é essencial para garantir que a Inteligência Artificial contribua para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico inclusivo, beneficiando todas as sociedades, sem aprofundar desigualdades existentes.

Modelo de globalização liberal

O presidente russo Vladimir Putin, em seu discurso neste domingo, através de uma videoconferência, reforçou que os países membros do bloco representam “quase metade da população do planeta, mas também 40% da economia mundial”.

Além disso, o Kremlin enfatizou que o processo de mudança da ordem econômica global continua ganhando força.

“Todos nós vemos mudanças radicais ocorrendo no mundo. O sistema unipolar de relações internacionais, que servia aos interesses do chamado ‘bilhão de ouro’, está se tornando coisa do passado. Está sendo substituído por uma ordem mais justa e multipolar”, declarou.