Terça-feira, 15 de julho de 2025
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva condenou neste domingo (06/07) o genocídio praticado por Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza, além de denunciar a “matança indiscriminada de civis inocentes”, mencionando o fato de Tel Aviv usar a fome como uma arma de guerra.

“A solução desse conflito só será possível com o fim da ocupação israelense e com o estabelecimento de um Estado palestino soberano, dentro das fronteiras de 1967”, acrescentou o mandatário. Contudo, também se posicionou contra a ofensiva lançada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

Leia o discurso de Lula na 17ª Cúpula do BRICS na íntegra

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A fala foi dada no âmbito da 17ª Cúpula dos chefes de Estado do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Lula enfatizou que se trata da quarta vez que o Brasil sedia o evento global, contudo, desta vez, no “cenário global mais adverso”.

“É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, criticou o presidente, citando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como a entidade que alimenta a corrida armamentista. “É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento. Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política”.

Sem citar os Estados Unidos, nação que teve cumplicidade com a articulação do primeiro ataque israelense contra o Irã em meados de junho, o governo brasileiro também denunciou as violações “à integridade territorial do Irã”.

Guerra nuclear

Ainda no discurso de abertura da 17ª Cúpula do BRICS, o presidente brasileiro ressaltou que a instrumentalização dos trabalhos da Agência Internacional de Energia Atômica coloca em risco um órgão fundamental para a paz.

Lula recordou que a América Latina fez a opção, desde 1968, por ser uma zona livre de Armas Nucleares, bem como a consolidação da União Africana e o seu protagonismo na prevenção e resolução de conflitos no continente.

“Se a governança internacional não reflete a nova realidade multipolar do século 21, cabe ao BRICS contribuir para sua atualização. Sua representatividade e diversidade o torna uma força capaz de promover a paz e de prevenir e mediar conflitos”.

O chefe de Estado brasileiro voltou a reforçar uma transformação profunda no Conselho de Segurança da ONU para torná-lo mais “legítimo, representativo, eficaz e democrático”. “Incluir novos membros permanentes da Ásia, da África e da América Latina e do Caribe é mais do que uma questão de justiça. É garantir a própria sobrevivência da ONU”.