O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste sábado (16/11) o documento final produzido por movimentos sociais participantes do G20 Social, no Rio de Janeiro. A entrega aconteceu durante o encerramento da cúpula social, que aconteceu nesta manhã.
Durante discurso, Lula enfatizou a necessidade dos governos romperem com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas. “O G20 precisa discutir uma série de medidas para debater o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas. (…) Para que o extremismo não gere retrocessos e ameace direitos”, disse.
Leia o discurso de Lula no encerramento do G20 Social
Ainda segundo o presidente, o G20 Social não deve se encerrar neste sábado, mas ser levado como tarefa por todos os participantes e as entidades que representam até que as propostas sejam implementadas. Lula comparou o encontro com as edições do antigo Fórum Social Mundial.
“O Fórum Social Mundial teve um problema. A gente discutia muito, mas ia embora para casa sem saber o que fazer no dia seguinte. Até que aquilo cansou”, afirmou, declarando que o fórum social do G20 não pode parar nesta edição que ocorreu no Rio de Janeiro. “Vocês estão fazendo a abertura de uma luta que vão ter de dar sequência 365 dias por ano. Isso é apenas o começo, o G20 Social tem que acontecer todo santo dia”, disse.
A ideia do governo brasileiro ao criar o G20 Social terá continuidade já no ano que vem com a África do Sul, que vai assumir a presidência do grupo das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e União Europeia.
“Já participei do G20 na Índia e na China, mas eu não podia dar pitacos para criarem o G20 Social em outros países, claro, então essa iniciativa só poderia acontecer mesmo aqui no Brasil”, declarou Lula.
Já Márcio Macedo, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República e Coordenador Geral do G20 Social, disse que o “palco central é do povo aqui representado pelos movimentos sociais”.
Macedo agradeceu a todos os que contribuíram para a realização do G20 Social, destacando que o evento foi possível graças à sensibilidade e determinação política do mandatário brasileiro.”O presidente Lula sonhou e nós sonhamos conjuntamente e a obra do G20 Social veio pra ficar.”
Palestina
Tawakkol Karman, ativista dos direitos humanos iemenita, Nobel da Paz de 2011, esteve presente no encerramento do G20 Social representando ONGs internacionais e mulheres e afirmou que a cúpula “tem poder de mudança”.
Em sua fala lembrou que, com a presença dos principais líderes globais, “era preciso impedir e parar as guerras” e afirmou que o Conselho de Segurança da ONU e o Fundo Monetário Internacional (FMI) precisam de uma reforma urgente.
“Não podemos permitir as ocupações. Devemos defender e proteger a democracia. Temos que proteger as mulheres, jovens e os povos indígenas. E isso cabe aos líderes. A igualdade da humanidade é a chave para a construção da paz, e por isso é preciso diminuir a diferença entre ricos e pobres. Precisamos reformar as instituições internacionais se quisermos uma paz global. […] Lula, seja forte e continue com seu compromisso com a justiça social. Obrigada por condenar o genocídio cometido por Israel na Palestina. Obrigada por lutar contra o apartheid de Israel contra a Palestina”, declarou.