Cuba notificou, na última segunda-feira (11/11), sete feridos, 26 desmoronamentos de edifícios e 2.018 habitações danificadas após a passagem de um terremoto duplo na ilha, que se recupera dos Furacões Oscar e Rafael, que atingiram o país há poucas semanas.
De acordo com o relatório oficial divulgado pela Presidência cubana após a reunião do Conselho de Defesa Nacional, também foram afetados 30 centros de saúde e 40 escolas, além de nove deslocamentos terrestres em zonas montanhosas com a passagem do sismo no último domingo (10/11), especialmente nas regiões de Granma e Santiago de Cuba.
O fenômeno também afetou infraestruturas elétricas e telefônicas da ilha caribenha, como cabos, postes e transformadores, deixando 14 mil usuários sem eletricidade, semanas após o apagão nacional que o país sofreu.
Durante as 36 horas seguintes aos dois sismos, que mediram 6 e 6,7 graus de magnitude, o Centro Nacional de Investigação Sismológica (Cenais) registou um total de 1.130 tremores secundários, dos quais apenas 47 foram perceptíveis ao homem (com magnitudes superiores a 2,5).
Também foram sentidos tremores em Media Luna, Manzanillo, Yara, Campechuela, Buey Arriba e Bartolomé Masó, sendo Pilón a comunidade mais impactada pelos sismos.
O presidente do Conselho Científico do Cesnais, Bladimir Toarán, afirmou a probabilidade de que tremores secundários sejam registrados na ilha pelos próximos meses, mas “que deverão diminuir com o passar do tempo”.
Diante do desastre natural, o governo do presidente Miguel Díaz-Canel destacou “o intenso trabalho que está sendo realizado no Granma e em Santiago de Cuba” diante dos efeitos do terremoto.
🇨🇺 | Sesionó el Consejo de Defensa Nacional, encabezado por el presidente @DiazCanelB, quien chequeó con los primeros secretarios del Partido en Guantánamo, Santiago, Granma, Artemisa, La Habana y Mayabeque, la marcha de la recuperación luego de los huracanes y sismos recientes. pic.twitter.com/y3VZjZnqe4
— Presidencia Cuba 🇨🇺 (@PresidenciaCuba) November 12, 2024
“Dada a atual situação sísmica, foram adotadas medidas especiais em Santiago de Cuba durante toda esta semana, incluindo a ampliação da informação à população, na qual, depois de deixado para trás o efeito psicológico do terremoto ao sul de Pilón, está diminuindo a percepção de perigo”, informou a primeira secretária do comité provincial do Partido, Beatriz Urrutia.
A reunião governamental de emergência também falou sobre os esforços em Artemisa, Havana e Mayabeque para recuperação após o furacão Rafael; e a luta realizada pela população de Guantánamo para apagar os vestígios do furacão Oscar, que no dia 20 de outubro devastou os municípios de San Antonio del Sur, Imías, Maisí e Baracoa.
“A vigilância permanente deve ser mantida porque a ocorrência de um terremoto de maior porte não pode ser descartada”, acrescentou ainda.
Em 2023, Cuba registrou um total de 7.475 sismos, 14 deles perceptíveis, segundo o resumo anual Cenais. As magnitudes variam de menos 3 a 5,9 graus.
O país fica numa região – que se estende da República Dominicana ao México – onde existem vários sistemas de falhas tectónicas com atividade sísmica significativa.
(*) Com TeleSUR