Diário, já é dia 28 de novo?
Ah, como o tempo passa rápido quando a gente se diverte.
Bom, então já está na hora de escolher outro funcionário do mês. Da última vez, quem ganhou foi o Paulo Guedes, com a Reforma da Previdência.
Agora, em novembro, a disputa foi dura. O Guedes quase ganhou de novo com aquela história do AI-5. Mas não vou dar o bicampeonato pra ele. O cara já se acha um gênio, é bom não acostumar.
O Alvim, aquele que chamou a Fernanda Montenegro de sórdida, também foi bem esse mês. Ele andou xingando um monte de gente (é a especialidade dele). Mas não o suficiente pra ganhar o prêmio.
A Damares chegou bem perto com aquela entrevista muda. Que ideia! Fiquei até com inveja. Mas olha só a maldade do pessoal: postaram no zap-zap do churrasco que foi a primeira entrevista em que ela não falou nenhuma bobagem.
Acho que, no futuro, uma grande concorrente vai ser a Katiane Gouvêa, a nova secretária do Audiovisual. Ela entende mesmo é de seda, tanto que se candidatou a deputada pelo PSD com o nome de “Katiane da Seda”. Isso é porque ela foi diretora da Associação Brasileira de Seda. Não dizem que o pessoal de cultura gosta de uma sedinha? Essa vai ser um sucesso!
Mas o campeão mesmo é o Sérgio Camargo, novo presidente da Fundação Palmares. E olha que ele só foi nomeado esta semana.
O cara é filho de um desses poetas ativistas, mas ficou contra o pai. É igualzinho o Luke Skywalker: o pai estava do lado da força negra, e o filho escolheu o outro lado.
O rapaz quer o fim do Dia da Consciência Negra, o fim das cotas raciais, disse que hoje o Zumbi seria um bandido defensor do MST e que o tal do Mano Brown não tem valor nenhum. Mas a frase que eu mais gosto dele é essa:
“É inacreditável que tenham tentado ligar nosso presidente ao assassinato dessa mulher sem valor. É preciso que Marielle morra, só assim ela deixará de encher o saco!”
Por isso ele é o meu “Funcionário do Mês!”
PS: Diário, alguém botou essa frase no Twitter sobre o Serginho: “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”. É de uma tal de Simone de Beauvoir. Será que é a cantora?
(*) José Roberto Torero é escritor e jornalista, autor de livros como Papis et Circensis e O Chalaça. O Diário do Bolso é uma obra ficcional de caráter humorístico.
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