Diário, vou te confessar uma coisa que ninguém desconfia: eu odeio jornalista.
O-dei-o!
Eles ficam checando informação, dizendo que eu invento coisa, que não foram as Ongs e o DiCaprio que botaram fogo na Amazônia, que meu filho fez rachadinha e o escambau.
Ontem eu falei que jornalista da Folha era mentiroso, que suspendi as assinaturas de todos os jornais do Palácio do Planalto e que a leitura de jornal desinforma e envenena.
E eu falei isso porque eu me segurei. Que eu sou um cara ponderado e educado. Mas o que eu queria mesmo era torturar essa corja toda. Aposto que o Ustra, meu ídolo, meu mestre, meu guia, faria isso aqui:
1-) Colocaria uns jornalistas no “Pau de Arara” e, na frente deles, de cabeça para baixo, uma tevê ficaria ligada, passando todos os vídeos do Olavo de Carvalho.
2-) Faria eles comerem os hambúrgueres feitos pelo Dudu.
3-) Botaria os caras pelados na “geladeira”, uma cela baixa e pequena, onde não dava para ficar em pé. Aí a gente faz um superfrio e depois deixa superquente. Pra piorar, nos altos falantes vou colocar uns sermões da Damares. Ou umas músicas do Marco Feliciano, sei lá.
4-) Sentaria os vagabundos na Cadeira do Dragão, que era toda de zinco e servia para dar choques no corpo inteiro. Mas, para eles sofrerem ainda mais, botaria um cara lendo em voz alta os tuítes do Carluxo.
5-) E, para as jornalistas-fêmeas, teria ainda o estupro, uma coisa que torturador gosta muito. A gente não pode esquecer da diversão, kkk!
(*) José Roberto Torero é escritor e jornalista, autor de livros como Papis et Circensis e O Chalaça. O Diário do Bolso é uma obra ficcional de caráter humorístico.
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